Roteiros de ecoturismo do arquipélago passam a integrar uma trilha de longuíssima distância, com mais de 3 mil quilômetros de extensão, que percorre alguns dos mais importantes destinos de natureza do Brasil.

 

caminhos10Já imaginou ter a oportunidade de explorar uma trilha de mais de 3 mil quilômetros no Brasil? Rodeada de natureza, com cenários de floresta e mar, para você caminhar, escalar e passar alguns dos melhores dias da sua vida.

 

Essa é a proposta do Caminho da Mata Atlântica, uma trilha de longuíssimo percurso, que está nascendo entre os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, como um produto do Movimento Borandá, iniciativa incubada pela WWF Brasil, que ganhou o apoio de diversos órgãos, entidades e voluntários.

 

O Caminho está sendo construído coletivamente, com articulações de muitos parceiros regionais, como clubes e federações de montanhismo, grupos de trilhas, guias e empresas de ecoturismo e de turismo de aventura, voluntários e ONGs, entre outros, em um traçado macro, que vai seguir toda a cadeia montanhosa da Serra do Mar, do Parque Nacional dos Aparados da Serra-RS ao Parque Estadual do Desengano-RJ, englobando uma série de locais de grande potencial turístico e de conservação da natureza.

 

Com a proposta de conectar trilhas, caminhos e travessias, muitos já existentes, o Caminho é também uma maneira de aprimorar o sistema de trilhas e as opções de lazer ao ar livre, aproximar as pessoas da Mata Atlântica e promover a importância das áreas protegidas para a economia, o lazer e a saúde.

 

O conceito se baseia no fato de que trilhas de longo curso são uma estratégia reconhecida de engajamento da sociedade, estímulo a atividades econômicas sustentáveis e várias apresentam resultados concretos de proteção e recuperação de corredores. Às vezes com milhares de quilômetros, essas trilhas permitem que uma pessoa percorra a pé grandes trechos em ambiente natural, conectando diversas áreas protegidas e conquistando muitos parceiros para os esforços de conservação. Mesmo aqueles que percorrem apenas um pequeno trecho têm a oportunidade de contato com a trilha e a sensação de envolvimento com a conservação do bioma.

 

 

O Caminho da Mata Atlântica em Ilhabela

 

Ilhabela já faz parte do Caminho da Mata Atlântica! No final de janeiro, um grupo de voluntários, com apoio do Parque Estadual de Ilhabela, sinalizou a trilha conhecida como Meia Volta sul da Ilha, que faz o percurso entre a Praia de Castelhanos, a Praia do Bonete e a Sepituba. A partir de agora, as setinhas azuis e brancas ajudarão os caminhantes a completar o percurso escolhido para o Caminho.

 

caminhos6A iniciativa teve participação decisiva do Parque Estadual de Ilhabela, que buscou recursos para custear o material e a oficina, orientando e apoiando as atividades. Outro parceiro de primeira hora foi o Instituto Ilhabela Sustentável. O coordenador do instituto, e ponto focal no Litoral Norte do CMA, Carlos Nunes, destaca a importância do projeto para a ilha: “Ficamos felizes de darmos o pontapé inicial na sinalização do trecho Ilhabela do CMA – Caminho da Mata Atlântica, e principalmente estarmos fomentando a implementação de todo trecho Litoral Norte, onde já realizamos diversos encontros para definição da rota, bem como oficinas de sinalização.”

 

Há algum tempo o projeto foi apresentado no Conselho de Turismo de Ilhabela, e começou a mobilização de parceiros e voluntários. No ano passado uma oficina capacitou trinta voluntários em manejo e sinalização de trilhas e foi formado um núcleo local, que começou a promover mutirões de sinalização. O biólogo Ernesto Viveiros de Castro, do ICMBio e um dos coordenadores do projeto, ministrou a oficina e participou de parte da sinalização: “É muito legal ver como as pessoas se empolgam com a ideia e se engajam de verdade, participando das atividades e dando muitas sugestões para melhorar o projeto”.

 

caminhos7O último trecho sinalizado da Volta sul da Ilhabela foi o mais isolado, a travessia Castelhanos-Bonete-Sepituba. Foram 28 km de caminhada pesada percorrida por 10 voluntários. Além do esforço de sinalizar, as atividades são uma oportunidade de integração e contato com a natureza. A voluntária Sabrina Meira mostra como o projeto estimula as atividades na natureza desde sua implantação: “Desde criança ando no meio do mato, mas nunca tinha feito essa travessia. Foi uma experiência única, tenho muita gratidão pela oportunidade de fazer parte desse projeto incrível que valoriza e preserva a mata atlântica. Contem comigo sempre”.

 

O próximo passo em Ilhabela será o levantamento de parceiros entre os operadores turísticos. Meios de hospedagem, alimentação, jipeiros, guias e outros serviços associados à trilha poderão se tornar parceiros apoiando o grupo de voluntários e os usuários. Os parceiros receberão um selo de parceiro do projeto e terão seus negócios divulgados no site e demais meios de comunicação do projeto. Saiba mais em www.caminhodamataatlantica.org.br.

 

Movimento Borandácaminhos3

 

O Borandá nasceu a partir do diagnóstico da Mata Atlântica e da necessidade de preservá-la. O bioma que cobria 16% do território brasileiro, atualmente, está reduzido a 12,5%. O que resta dele representa a oportunidade de reaproximar e conscientizar as pessoas da importância da preservação da mata.

 

Assim surgiu o Movimento Borandá: com o objetivo de incentivar e fortalecer a cultura de atividades ao ar livre, do uso e cuidado com as trilhas e com a natureza.  O neologismo que une as palavras “bora” e “andar” é um convite para você deixar a rotina nos centros urbanos e curtir um momento na natureza.

 

O projeto nasceu no WWF-Brasil, dentro do Programa Mata Atlântica e Marinho, mas conta com o esforço de vários apoiadores: sociedade civil, governo, empresas, meios de comunicação social.

 

Mais informações em http://movimentoboranda.org/

 

Curtiu? Então #boranda pelo @caminhodamataatlantica