Problema recorrente na maioria das cidades brasileiras, o controle da superpopulação animal tem sido amplamente debatido entre os órgãos nacionais e internacionais de saúde pública, que atualmente reconhecem que a prática de capturar e sacrificar animais não é uma medida eficaz no controle populacional e de zoonoses.
Um estudo realizado na capital paulista apontou que 93,1% da população entrevistada é favorável a retirada dos animais das ruas, mas apenas 5,8% aceitam a eutanásia como solução, confirmando os dados publicados no 8º Informe da Raiva da OMS. Considerando que o bem-estar e a saúde desses animais estão diretamente relacionados à saúde pública, o controle ético da população de cães e gatos é a melhor ferramenta para a promoção da saúde humana e ambiental.
Foi com esse objetivo que surgiu em Ilhabela o Projeto Cão Ilhéu, uma parceria entre a Prefeitura, através da Secretaria de Saúde, e a Sociedade Civil organizada, que tem como principal meta controlar a população animal através da castração.
Fruto da Lei de Bem Estar dos Animais, elaborada por uma comissão composta por veterinários, protetores de animais, educadores e vereadores de Ilhabela, o Projeto foi lançado no ano passado e desde dezembro conta com uma Clínica de Castração mantida pela Prefeitura. Sob a coordenação da médica veterinária Dra. Silvia Badílio, o programa de castração teve início em março e já atendeu dezenas de cães gatos.
O objetivo da Clínica de Castração é oferecer serviços gratuitos para toda a população, dando prioridade aos cães e gatos que vivem nas ruas e aos animais da população de baixa renda.
Outras ações previstas são a realização de um Senso Animal para obtenção de dados precisos e oficiais sobre a população canina e felina do município, registro e identificação eletrônica de todos os cães e gatos, domiciliados ou não, e a capacitação de professores e voluntários para campanhas de educação e sensibilização da comunidade.
Com o apoio de voluntários, o projeto pretende ainda estimular a posse responsável, conscientizando a população sobre a importância da manutenção de cuidados básicos como a vacinação, medida que evita a disseminação de doenças transmissíveis aos humanos, e a castração, que impede a proliferação indiscriminada de animais.
Adote um vira-lata!
Embora não tenha o objetivo de funcionar como abrigo de cães abandonados, o Projeto também está promovendo a adoção de cães e gatos, com a realização de feirinhas, onde é possível adotar filhotes ou cães adultos vacinados e vermifugados. Todas as fêmeas adultas doadas são castradas e as fêmeas filhotes têm compromisso de castração assim que atingirem a idade adequada.
Interessados em ajudar o projeto também podem colaborar com a doação de ração ou medicamentos.
Mais informações por telefone: (12) 3895-7229.