O Brasil tem um produto que vale mais do que todo o minério, petróleo, gás e água doce que se possa extrair da Terra: a Hospitalidade Brasileira (The BrazilianHospitality®). Um diamante bruto que foi lapidado por anos de abundância e evolução pacífica em nosso país.
Através da Escola de Pós-Graduação que presido, especializada em hospitalidade de luxo, tive acesso a todas as nascentes da hotelaria mundiais e percebi que nenhuma nação tinha a mais remota possibilidade de nos ensinar a receber melhor turistas e clientes.
Para uma sociedade com forte paradigma de que o que vem do exterior é melhor, foi difícil aceitar, após buscar na Europa, que nem a Suíça, nem a França poderiam formar profissionais da hospitalidade que pudessem gostar genuinamente de pessoas que mal conhecem. Porém, em uma breve busca interna percebi que somos capazes de fazer isso com facilidade.
Minhas pesquisas que antes apontavam para buscar conhecimento para os meus alunos junto aos líderes do turismo mundial como (França/Espanha) esbarravam agora em uma questão contra a qual não se podia lutar, a verdadeira alma da hospitalidade estava aqui.
Todos os estrangeiros que vem ao Brasil se impressionam com nossa hospitalidade, mas não era sensato basear um estudo científico em impressões colhidas a esmo e então se fazia necessária à busca de dados e fatos que comprovassem esta teoria.
Na busca por questões antropológicas que dessem sustentação às minhas afirmações, descobri que da mesma maneira que os séculos de evolução humana moldaram nosso cérebro, os milênios de guerras, invasões e violência moldaram o comportamento dos povos ao longo da história.
Somente em territórios onde o povo jamais sofreu agressões severas e recorrentes seria possível aflorar tal hospitalidade, tão genuína e tão verdadeira.
Não se trata, portanto de uma questão de raça ou berço, trata-se de uma percepção simples e concreta de que humanos agredidos por guerras desenvolvem uma repulsa natural aos outros humanos e mesmo em casos mais leves, geram um suave encouraçamento de seus corações, visando proteger-lhes os sentimentos das agressões que sofreram ou que seus ascendentes sofreram e de alguma forma estão vívidas em seu DNA ou no ponto mais remoto de seus cérebros.
Então cheguei à conclusão de que como é mais fácil doutrinar pessoas a fazerem tarefas de cunho técnico e operacional de maneira padronizada e repetitiva do que tentar mudar um arraigado sentimento desenvolvido nas entranhas da evolução, o futuro do ensino da hospitalidade também é brasileiro.
Roberto Miranda
Roberto de Ávila Miranda é autor, consultor,reitor da Escola de Pós Graduação que leva o seu nome em São Paulo. Criador do MBA – Gestão em Hotelaria de Luxo® (10ª edição em março de 2012), MBA – Gestão de Eventos &Cerimonais de Luxo® e MBA em Arquitetura Hoteleira@.
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