Vou construir um pequeno jogo de situações para explicar esta questão. Se o leitor(a) conversar com um profissional da engenharia civil ou da arquitetura sobre o assunto forma e função, provavelmente receberá a informação de que a eficiência funcional esperada de uma obra é que determina como será a organização espacial que esta irá apresentar e o tipo de material que será empregado em sua construção. Em objetos inanimados, portanto, a função determina a forma. Uma vez construído, a forma do objeto não mudará mais.

 

Em se tratando de seres humanos é o oposto que acontece. A qualidade estrutural e organização da forma (postura) a cada momento é que determinam a eficiência funcional. Ao longo da vida, a integridade e a qualidade estrutural da matéria viva que nos constitui está em constante transformação. Isso pode ser observado quando vemos uma foto nossa de 10 anos atrás.

 

Convém não estragar!

É mais inteligente e mais barato impedir a deterioração da organização estrutural (postura) do que ter que lidar com os estragos que surgem desta deterioração ao longo da vida. Vejamos então: se a organização estrutural (postura) determina a eficiência funcional, o que podemos fazer para manter a integridade desta forma estrutural?

 

Alimentação – Pesquisas recentes apontam para a intolerância humana a carboidratos processados e os relacionam a epidemia de estados de sobrepeso, obesidade e a presença de diabetes tipo II. O sobrepeso e a obesidade são fatores importantes na deterioração da organização da forma humana, principalmente no que diz respeito ao tronco e a cabeça, onde estão situados todos os órgãos que garantem a vida. Logo, a eficiência funcional destes órgãos está comprometida. Manter-se com o peso adequado é uma maneira inteligente e barata de impedir a deterioração.

 

Atividade física – Estar atento a postura durante a prática de atividades físicas é uma atitude inteligente. A maioria das lesões que surgem são ocasionadas por organizações posturais inadequadas às movimentações e deslocamentos durante a atividade. Prestar atenção ao estado de cansaço e fadiga é fundamental, pois quando cansados nos tornamos menos eficientes e sujeitos a acidentes e lesões.

 

Sono – Minha opinião é que se a nutrição é realizada pela ingestão de alimentos de verdade e está aliada a prática de atividades físicas inteligentes, favorecemos a qualidade do sono. Convém lembrar que é durante o sono que acontecem a regeneração e remodelamento de tecidos e a harmonização hormonal que regulam a saúde e o bem-estar.

 

Dica: Para favorecer os processos biológicos que regulam a eficiência funcional, ponha os pés descalços diretamente em contato com a terra.

 

Estamos pesquisando os efeitos do que a ciência está chamando de aterramento. Segundo os pesquisadores, as células humanas funcionam como minibaterias e precisam ser recarregadas constantemente e basta estar em contato direto com a terra para que isto aconteça. Trarei mais informações sobre isto na próxima edição da revista. Se quiser ir adiantando seus conhecimentos sobre este assunto veja: https://www.earthing.com/what-is-earthing/

 

Saúde e bons treinos!

*José Augusto Menegatti é Professor de educação física formado pela Universidade de São Paulo. Foi preparador físico da equipe de voleibol masculina do Esporte Clube Banespa e da Seleção Brasileira. Durante 40 anos de trabalho com o esporte desenvolveu técnicas com resultados rápidos e eficientes. Um destes trabalhos começou em 1989 quando iniciou seus estudos sobre o Rolfing. Possui um Núcleo de Estudos em Fluência Corporal em Ilhabela/SP, onde oferece grupos de estudos, aulas e sessões de Rolfing para pessoas interessadas. Para saber mais: contato@menegatti.com.br / (12) 3896-1135.