A musculatura abdominal é tida como “chave” no aspecto estético e de proteção e prevenção às dores nas costas.

SERÁ ISTO VERDADE?

O leitor deve conhecer um monte de gente com a “barriga tanquinho” que diz realizar 500 abdominais por dia, ou até mais, e mesmo assim sofre com dores nas costas.

QUAIS SERIAM OS MOTIVOS?

A solicitação exagerada do compartimento anterior do tronco (flexor) hipertrofia (e encurta) a área abdominal ocasionando à ineficiência do compartimento posterior do tronco (extensor) – que é a musculatura dorsal e a responsável direta pela boa postura.

O encurtamento anterior favorece o aparecimento da cifose torácica e desalinha a cabeça, puxando-a para frente em relação ao tronco.

A camada muscular profunda não é estimulada de maneira eficiente somente com movimentos de flexão e extensão do tronco.

 

MITOS 

Existe uma série de mitos a respeito de como executar movimentos que estimulem o fortalecimento da área abdominal e também sobre a participação desta área corporal na estabilização da coluna vertebral.

O primeiro grande mito é a história da ginástica localizada: no vivo é impossível ativar um músculo apenas, pois o organismo age sempre como um todo coerente, como se fosse uma grande e virtuosa orquestra. Portanto, se acionarmos mais uma área corporal do que outras vamos desafinar esta orquestra.

O segundo grande mito é o de que abdominais fortes protegem as costas. Muito mais importante do que força nos abdominais é o requinte no nível de coordenação de movimentos que a pessoa apresenta.

Terceiro é o que diz respeito a bloquear ou controlar a respiração de alguma maneira que quebre o ritmo espontâneo.

 

RISCOS

A pessoa que não consegue manter um nível adequado de lordose lombar quando sobe da posição deitada em direção a posição sentada está aumentando consideravelmente a sobrecarga na área lombar e pode se machucar seriamente.

 

 

O QUE SERIA MAIS INDICADO?

Para desenvolver a musculatura na área abdominal e dorsal de forma eficiente para que a pessoa possa harmonizar movimentos do tronco e da cabeça em relação a braços e pernas é importante utilizar combinações de movimentos que ativem uma coordenação global.

 

*José Augusto Menegatti é Professor de educação física formado pela Universidade de São Paulo. Foi preparador físico da equipe de voleibol masculina do Esporte Clube Banespa e da Seleção Brasileira. Durante 30 anos de trabalho com o esporte desenvolveu técnicas com resultados rápidos e eficientes. Um destes trabalhos começou em 1989 quando iniciou seus estudos sobre o Rolfing.


 

Hoje como professor e instrutor formado pelo Rolfing Institute (Boulder, Colorado, USA) possui um Núcleo de Estudos em Fluência Corporal em Ilhabela/SP, que oferece cursos, aulas e sessões para pessoas interessadas na sofisticação de sua corporalidade, e para profissionais da área da educação e saúde interessados em aprimorar sua proposta de trabalho. Para saber mais: contato@espacojera.com.br / (12)3896-1135