Você sabia que a cada dois anos é uma nova pessoa estruturalmente? Considere que após a entrada na fase adulta, mesmo havendo uma parada no crescimento em estatura, as transformações morfológicas continuam acontecendo. Com o envelhecimento, esse processo vai se tornando menos eficiente. Atualmente, os estudos no sentido de entender como isto acontece ainda são inconclusivos. Porém sabemos que algumas variáveis podem desacelerar o processo do envelhecimento: exercícios adequados, nutrição balanceada, sono adequado e controle do stress. Nesta edição vamos falar dos exercícios, principalmente dos exercícios de impacto. Constituição morfológica. A biologia a seu favor. Somos constituídos por quatro tipos básicos de tecidos biológicos – muscular, nervoso, epitelial (pele e mucosas) e conjuntivo (sangue, osso, tendões, ligamentos, adiposo etc.). Estes tecidos são formados por células. Há vários tipos delas (200 conhecidos até agora). As células se orientam para absorver tecido antigo e tecer tecidos novos de acordo com o regime de forças que geramos para nos movimentar. Neste sentido a quantidade de impacto existente nas movimentações e deslocamentos na prática de exercícios se torna primordial para a formação e remodelamento de tecidos tornando-os muito mais resistentes e eficientes. Tipos de exercício Em geral, a prática de exercícios por pessoas não atletas apresentam na maior parte do tempo baixo nível de impacto. Portanto é preciso acrescentar nos programas atividades com níveis de impacto adequado para garantir a integridade, resistência e eficiência estrutural dos tecidos. Vamos analisar as atividades que são mais praticadas atualmente. Caminhar Cada vez que fazemos contato com o chão temos que lidar com uma onda de impacto correspondente a uma vez o próprio peso. Se eu peso 80 kg, a onda de impacto que gero corresponde a 80 kg. Parece muito? Infelizmente tem pouco efeito para a formação de tecidos fortes. Portanto é preciso turbinar a caminhada indo para trilhas, areia, subidas, descidas, saltos etc. Corrida Melhora bastante o efeito para a formação de tecidos, porém é preciso contar com a velocidade para aumentar o nível de impacto e ter efeitos benéficos. Da para gerar e lidar com ondas de impacto em torno de duas a três vezes o peso se atingir velocidade entre 08 a 12 km por hora. Variar o piso ajuda muito. Areia, subidas e descidas, trilhas são boas opções. Ciclismo Depende do tipo. Estudos mostraram que ciclistas de estrada tem baixa densidade óssea. Viu?! Pouco impacto, ossos mais fracos. Ciclistas de trilhas e descidas de montanha com obstáculos são muito mais fortes. O problema é a pouca sustentação de peso nas pernas, pois a pessoa se mantém apoiada no banco da bicicleta a maior parte do tempo. Natação Definitivamente a pior atividade para a formação de tecidos resistentes e eficientes. O problema é que a água oferece sustentação de peso e este fato praticamente anula ondas de impacto. É preciso complementar o programa com exercícios de impacto fora da água. Remo Pouco impacto em razão de ser desenvolvido na água e em canoas e caiaques a pessoa fica sentada, situação similar ao ciclismo. Na remada em pé também pouco impacto. Precisa ser completado com atividades de impacto fora da água. Maneiras simples de gerar ondas de impacto saudáveis: Pular corda; Saltos de alturas desde 40 cm até 2 m de altura com aterrissagem seguida de saltos em altura ou distância; Descer e subir lances de escadas. Comece descendo um degrau por vez devagar sustentando o tempo de frenagem. Quando ficar mais forte descer de dois em dois; Combinar corrida com saltos e transposição de obstáculos saltando e aterrissando de diferentes formas. Bons treinos e respeite seus limites nos exercícios! *José Augusto Menegatti é Professor de educação física formado pela Universidade de São Paulo. Foi preparador físico da equipe de voleibol masculina do Esporte Clube Banespa e da Seleção Brasileira. Durante 30 anos de trabalho com o esporte desenvolveu técnicas com resultados rápidos e eficientes. Um destes trabalhos começou em 1989 quando iniciou seus estudos sobre o Rolfing. Hoje como professor e instrutor formado pelo Rolfing Institute (Boulder, Colorado, USA) possui um Núcleo de Estudos em Fluência Corporal em Ilhabela/SP, que oferece cursos, aulas e sessões para pessoas interessadas na sofisticação de sua corporalidade, e para profissionais da área da educação e saúde interessados em aprimorar sua proposta de trabalho. Para saber mais: contato@espacojera.com.br / (12) 3896-1135