O Brasil 1 começou muito bem a Volvo Ocean Race. No dia 5 de novembro, a tripulação de Torben Grael terminou em segundo lugar na regata local (in-port race), realizada na baia de Sanxenxo e que abriu a edição 2005/2006 da regata de volta ao mundo. O vencedor foi o Ericsson Racing Team, da Suécia, comandado pelo inglês Neil McDonald. Em terceiro lugar ficaram os Piratas do Caribe, do norte-americano Paul Cayard. O movistar, da Espanha, considerado favorito ao título da competição que segue até junho de 2006, ficou apenas em quarto.

“Esse segundo lugar é um prêmio para o trabalho maravilhoso que todos do time fizeram para essa competição. Eles estão de parabéns, mas isso não significa que vamos relaxar”, afirmou Torben Grael, comandante do Brasil 1, logo depois de deixar o barco.

A regata triangular de cerca de 20 milhas náuticas (37 km), a primeira do gênero da história da Volvo Ocean Race, foi disputada sob sol e temperatura amena e foi acompanhada por aproximadamente 500 embarcações. A prova acabou sendo decidida na largada. O tático do Ericsson Racing Team, John Kostecki, campeão da última edição da Volvo com o Illbruck, escolheu o lado esquerdo da raia, na direção de Vigo, enquanto os demais foram para o outro lado. O único que o acompanhou foi Torben Grael.

“O Ericsson fez uma excelente largada. Nós fomos muito conservadores. Nossa estratégia era não arriscar, mas acho que exageramos e ficamos um pouco atrás. Logo depois nos recuperamos. O importante foi que esse resultado nos dá uma injeção de ânimo para a largada”, explica Torben.

Com a boa largada, o Ericsson contornou a primeira bóia a 3m50seg do Brasil 1 e a 4m50seg do espanhol movistar, seguido pelo Piratas do Caribe, ABN Amro 2 e o ABN Amro 1. Os suecos abriram vantagem até a terceira perna, quando completaram o trecho com 5m30seg sobre o Brasil 1. Nas últimas duas bóias, os brasileiros se recuperaram, mas não conseguiram alcançar o adversário, que conquistou com méritos a primeira regata da Volvo Ocean Race.

O barco brasileiro cruzou em segundo a 3m10seg, com o norte-americano Piratas do Caribe a 4m50seg, ultrapassando o movistar na última perna. Os dois barcos do ABN Amro Team fecharam a classificação, bem atrás dos demais. O Premier Challenge, da Austrália, que só chegou a Sanxenxo na véspera, não largou.

“Era muito importante conseguir um pódio nessa primeira etapa, para mostrar para todo mundo que o nosso barco é bom e nosso time é forte. Mesmo com uma largada ruim, conseguimos chegar na frente dos concorrentes e isso é sensacional para nossa confiança”, disse Alan Adler, diretor do projeto e um dos tripulantes do Brasil 1 na regata.

Após a primeira prova da Volvo Ocean Race, o Ericsson lidera com 3,5 pontos ganhos, seguido do Brasil 1, com 3 pontos, Piratas do Caribe (2,5), movistar (2), ABN Amro Dois (1,5), ABN Amro Um (1) e Premier Challenge (zero).

A equipe tem seis concorrentes de cinco países: os barcos holandeses ABN Amro Um (Mike Sanderson) e ABN Amro Dois (Sebastien Josse/FRA); Ericsson Racing Team (Neil McDonald/ING), da Suécia; Piratas do Caribe (Paul Cayard), dos Estados Unidos; Movistar (Bouwe Bekking/HOL), da Espanha; e Premier Challenge (Grant Wharington), da Austrália.

 

Pavilhão Brasil recebeu 50 mil visitantes no fim de semana da regata de abertura

O Pavilhão Brasil se consolidou como um dos sucessos da Vila da Volvo Ocean Race. No fim de semana da regata de abertura, o espaço dedicado ao país no porto de Sanxenxo, na região espanhola da Galicia, recebeu cerca de 50 mil visitantes.

O público foi atraído pelo clima descontraído do local e a boa música do espaço. Tocaram no final de semana o conjunto Bossa Cuca Session (bossa nova eletrônica), Danilo Brito Trio (chorinho) e DJ Nado Leal, que está tocando apenas músicas de artistas independentes brasileiros.

Os expositores também estão aproveitando o sucesso. São sete stands, que mostram alguns aspectos da indústria brasileira, da aeronáutica (Embraer) ao artesanato (Projeto Terra), passando pela indústria têxtil (Bia Brasil, Pantanal Fashion, Flor Brasil). Além disso, quem visitar também pode aproveitar para experimentar café brasileiro da fazenda Vista Alegre. O Pavilhão Brasil é organizado pela Apex, em parceria com o Brasil 1, e montado pela Fagga Eventos.

 

Muita festa, chuva e frio, na largada

A primeira perna da Volvo Ocean Race começou, no dia 11 de novembro, com muita festa, chuva e frio em Vigo, na região espanhola da Galicia. Os sete veleiros largaram pontualmente às 11 horas (14 horas na Espanha), após o rei Juan Carlos I, da Espanha, disparar um tiro de canhão de dentro do galeão sueco Gotenburgo.

A esquadrilha da fumaça espanhola deu um belo espetáculo durante quase 30 minutos, fazendo evoluções ousadas na raia de Vigo. No final da apresentação, os sete aviões formaram lado a lado e soltaram fumaça amarela e vermelha, as cores da bandeira da Espanha.

Na água, cerca de 2000 embarcações de todos os tamanhos formavam uma linha junto à área permitida para que ancorassem, como uma grande arquibancaba de um estádio de futebol. Na costa, cerca de 70 mil pessoas foram ver a passagem dos veleiros rumo à Cidade do Cabo, na África do Sul, apesar da chuva constante e frio em torno de 8 graus.

O Brasil 1 fez uma largada conservadora com ventos fracos com 8 nós. O time, comandado por Torben Grael, foi o quinto a cruzar a linha de largada e passou em sexto na primeira marca, cinco milhas depois. Agora, os brasileiros têm pela frente 6400 milhas náuticas (11800 km) e cerca de 19 dias velejando.

Após duas horas de regata, já em alto-mar, o Brasil 1 superou o ABN Amro Two e reassumiu a quinta colocação. Na frente, desde o início, o Ericsson (Suécia), seguido pelo espanhol movistar, Piratas do Caribe (Estados Unidos), ABN Amro One (Holanda). Em último, os australianos do Brunel Sunergy.

O barco da Austrália, aliás, anunciou na véspera da largada o patrocinador que irá viabilizar sua participação nesta edição da Volvo Ocean Race, a Sunergy, uma fabricante de placas de energia solar da Holanda.

A previsão é de que os barcos peguem ventos fortes, superiores a 20 nós, em mar aberto. Já na saída da baía de Vigo, os veleiros encontraram ventos com 10 nós. Com essas boas condições, há a possibilidade de quebra do recorde de velocidade de um monocasco, que está em poder do movistar, que completou 980 quilômetros (530 milhas náuticas) em 24 horas, na travessia entre Austrália e o Brasil, no dia 6 de abril.

Segundo o espanhol Guillermo Altadill, timoneiro do Ericsson, o Brasil 1 é o grande adversário dos suecos nesta primeira perna. “O Brasil 1 tem bons velejadores e deverá velejar bem neste início de competição. Acredito que só depois de passarmos pela linha do Rio de Janeiro que começarão a se definir os primeiros que chegarão à Cidade do Cabo”. Altadill fez parte da tripulação até alguns meses atrás, antes de mudar para o Ericsson.

O Brasil 1 é patrocinado por VIVO, Motorola, QUALCOMM, HSBC, Embraer, ThyssenKrupp, NIVEA Sun, Ágora Senior Corretora de Valores e Governo Brasileiro através da Apex (Agência de Promoção das Exportações do Brasil), Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Ministério do Turismo e Ministério dos Esportes e apoio especial da Varig.

A Volvo Ocean Race terá oito meses e os competidores navegarão por 31.250 milhas náuticas, mais de 57 mil quilômetros. A regata de volta ao mundo passa pela Cidade do Cabo (África do Sul), Melbourne (Austrália), Wellington (Nova Zelândia), Rio de Janeiro (Brasil), Baltimore, Annapolis e Nova York (Estados Unidos), Portsmouth (Inglaterra), Roterdã (Holanda), com chegada prevista para 17 de junho em Gotemburgo (Suécia).