Nós brasileiros e os que para aqui vieram “fazer a América”, temos características únicas como povo, com gente simples, alegre, dada, solícita e afável. Pelo menos é assim que nos veem aqueles que a distância conhecem o Brasil e o brasileiro. Aqueles que aqui estiveram fazendo turismo e não foram assaltados e tiveram a sorte de não ter tido nenhum problema que os obrigasse a conviver mais intimamente com a burocracia estatal.

Isso posto, quero lembrar o que são os chamados “Gersons”.

Gerson foi um grande jogador de futebol, se não me engano da seleção canarinho, que virou garoto propaganda onde mostrava as vantagens de ser mais esperto que os outros e sempre levava vantagem. Então levar vantagem, ser esperto, virou sinônimo de Gerson, assim como lâmina de barbear virou Gilette, Caneta Esferográfica virou Bic e Malufar virou roubar.

É tal a burocracia e a dificuldade que se cria nos meandros dos órgãos públicos que tornou-se costume (aqui no Brasil) as pessoas ao precisarem de alguma coisa, raramente se dirigem diretamente a quem deveria tratar daquele assunto, procurando um intermediário, um despachante, que nem sempre é qualificado a tratar daquele assunto e como bom Gerson atravessa, faz tudo errado pelas vias tortas e no final custa caro e nem sempre dá certo, tendo depois que procurar o profissional qualificado para aquela tarefa visando consertar as burradas que o Gerson deixou para traz.

Assim acontece também no ramo imobiliário. Por incrível que possa parecer, grande parte das pessoas que têm o desejo e até a condição de efetivamente comprar um imóvel ao invés de procurar um Corretor de Imóveis e ou uma Imobiliária, prefere perguntar para o motorista de praça, para o marinheiro da lancha, pro cunhado do vizinho do empreiteiro de obra que é garçom no restaurante que ele frequenta, se ele conhece ou sabe de alguém que quer vender um terreno ou uma casa com tais e quais características as quais ele idealizou adquirir.

Esses inescrupulosos intermediários sempre dizem que tem uma “boiada” na manga e envolvem o Gerson Comprador de forma que o mesmo imagina que vai fazer o melhor negócio do mundo. Saem em campo e muitas vezes vem procurar nas imobiliárias o que elas tem para vender com as características pretendidas pro incauto e “ixperto” pretenso interessado. Andam pra lá e pra cá, perguntam a todo mundo, decidem o que vender e enfeitam a “boiada”. Acrescentam outros intermediários e o valor vai crescendo à medida que a distância entre o dono do imóvel e o comprador aumenta, pois todos querem ganhar e muito!

Ao final empurram “guela a baixo” aquilo que lhes interessa vender e não necessariamente o que o cliente queria comprar, por preço e condições muito piores e muitas vezes o imóvel não tem a documentação correta e via de regra o negócio acaba na Justiça onde todos têm prejuízos, tanto quem comprou como quem vendeu e quem intermediou fica livre, leve e solto sem qualquer responsabilidade.

Quando você tem uma dor de dentes você procura um dentista, quando o problema é de saúde você vai ao médico, jurídico você vai até ao advogado, e paga pelos serviços profissionais sem reclamar.

Porque quando se trata de comprar um imóvel que é um bem de valor elevado e é uma transação que você não faz todos os dias e requer conhecimentos específicos em várias áreas, você procura o dono da padaria, o quitandeiro ou o amigo do garçom do restaurante? Porque? Tudo isso é explicado pelas leis de Gerson, a mania de querer tirar vantagem que é uma característica arraigada nos hábitos e costumes brasileiros.

Pense nisso e numa próxima oportunidade falaremos sobre transações imobiliárias e os cuidados que devemos ter ao adquirir um imóvel e quem sabe um dia desses falaremos da profissão do Corretor de Imóveis.

Para Comprar, Alugar, Vender e Avaliar um imóvel procure sempre um CORRETOR DE IMÓVEIS, credenciado pelo Conselho Regional dos Corretores de Imóveis.

Até breve.