Principal competição da classe Snipe será realizada de 1º a 12 de
outubro deste ano em Ilhabela (SP)

As mais de 80 duplas confirmadas para o Mundial de Snipe 2019, de 1º a
12 de outubro, em Ilhabela (SP) já estão em fase final de
preparação. A competição internacional mais importante da classe
será disputada na Escola de Vela Lars Grael entre representantes de 12
países: Argentina, Bélgica, Brasil, Cuba, Espanha, Estados Unidos,
Itália, Japão, Noruega, Peru, Portugal e Uruguai.

Realizado de dois em dois anos, o Mundial de Snipe será dividido entre
as versões júnior (até 22 anos), de 2 a 5, e na sequência o sênior,
aberto a todas as idades. A tendência é que os atletas comecem a
chegar no arquipélago de Ilhabela semanas antes das primeiras regatas
para preparação.

A mesma Escola de Vela Lars Grael recebe, de 27 a 29 de setembro, o
Campeonato Sul Brasileiro de Snipe, que deverá reunir mais de 100
duplas. Segundo as primeiras previsões meteorológicas, o evento deve
ser disputado com ventos de média para forte intensidade.

”Os velejadores deste nível sempre chegam antes aos locais de prova
para treinar! Com a realização do Campeonato Sul Brasileiro de Snipe,
mais duplas devem desembarcar em Ilhabela. Esse evento não exige
classificação como o Mundial e, por isso, as raias devem lotar. Um bom
teste para a nossa organização”, explicou  Bruno Prada, medalhista
olímpico e organizador do Mundial de Snipe 2019.

Hoje correndo em casa, o gaúcho Alexandre Paradeda sonha em ganhar o
bicampeonato mundial da categoria. O atual treinador da Escola de Vela
Lars Grael também segue treinando em alto nível ao lado do proeiro
Gabriel Kieling visando ampliar sua sala de troféus.

”Será um grande campeonato, do mais alto nível, onde estamos nos
preparando ao máximo possível para fazer um bom campeonato”, contou
Alexandre Paradeda.

”No Brasil, a classe é muito forte pela grande tradição, ter
fabricante nacional e por fazer também as velas dentro de casa”.

So na Snipe, além do Mundial de Punta del Este 2001, Alexandre Paradeda
soma duas medalhas dos Jogos Pan-Americanas, ouro na Rio 2007 e prata em
Mar del Plata 1995, dois ouros dos jogos Sul-Americanos e 13 títulos
nacionais.

Na última edição do Mundial de Snipe, em La Coruña, na Espanha, em
2017, a dupla Alexandre Paradeda e Lucas Chilatz quase ficou com a
prata, mas acabou sendo desclassificada por um protesto, tirando também
o Brasil do pódio final.

A dupla porto-riquenha Raul Rios e Mac Agnese foi a campeã. Dois barcos
espanhóis completaram o pódio com Gustavo del Castillo Palo/Rafael del
Castillo Palo, em segundo, e Rayco Tabares Alvarez/Gonzalo Morales
Quintana, em terceiro.

O evento para a categoria sênior será de 8 e 12 de outubro. Outros
nomes de peso são do casal Juliana Duque e Rafael Martins, medalha de
bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019.

”Depois do Pan-Americano demos uma descansada e voltamos a treinar!
Vamos chegar bem cedo em Ilhabela para treinar na raia da competição e
estar preparado pro mundial”, comentou o baiano Rafael Martins.

A parceira Juliana Duque está confiante em repetir os bons resultados
recentes no Mundial de Ilhabela. ”A raia de Ilhabela tem por
característica ser de velocidade. Espero que possamos correr bastante
regatas e que o vento seja bom. Acredito que vai ser um campeonato muito
difícil onde as largadas vão ter muita influência nos resultados”.

Ilhabela foi definida como sede da competição pela Snipe Class
International Racing Association após concorrência. O Mundial de Snipe
é realizado de dois em dois anos.

BRASIL TEM TRADIÇÃO NO SNIPE

O País sediou outras quatro vezes o Mundial de Snipe. A primeira vez
foi em 1959, em Porto Alegre (RS), com o título ficando para o
dinamarquês Paul Elvstrøma, lenda da vela internacional com quatro
ouros olímpicos.

Em 1971, no Rio de Janeiro (RJ), o primeiro lugar ficou com os
norte-americanos Earl Elms e Craig Martin. Em 1993, a capital gaúcha
Porto Alegre sediou novamente o Mundial de Snipe e o ouro ficou para os
argentinos Santiago Lange (campeão olímpico na Rio 2016) e Mariano
Parada.

Em 2013, os brasileiros Bruno Bethlem e Dante Bianchi ficaram com o
título na edição do Rio de Janeiro (RJ). foi a única vez que uma
dupla nacional ganhou a competição em casa.

No entanto, o Brasil tem ao todo 13 duplas campeãs mundiais de Snipe. A
última conquista foi em 2015, na edição de Talamone, na Itália. A
dupla Mateus Tavares e Gustavo Carvalho subiu no lugar mais alto do
pódio.

Vale destacar que o primeiro título mundial da vela nacional foi na
Snipe. Em 1961, em Rye, nos Estados Unidos, os irmãos Axel e Eric
Schmidt foram campeões.