O aumento do número de baleias, golfinhos e pinipedes (focas, lobos e leões marinhos) encalhados, curiosamente, têm a ver com o aumento das populações de baleias no litoral brasileiro. Graças à proibição da pesca da baleia e ao excelente trabalho de proteção e preservação que vem sendo realizado há mais de 10 anos pelo Projeto Baleia Jubarte, Projeto Baleia Franca e outras Instituições responsáveis pela proteção das espécies de mamíferos aquáticos no Brasil, a quantidade desses animais que hoje nadam ao longo do nosso litoral em suas rotas migratórias aumentou bastante, o que também aumenta as chances de um encalhe.

 

Outras causas para o encalhe desses animais são, principalmente Poluição (sacos plásticos e restos de redes e linhas de pesca), Topografia (áreas de praias e baías), Condições climáticas (geralmente após tempestades e mudanças de tempo), Predadores (ataques de predadores podem debilitar os animais), Toxinas naturais (venenos produzidos pelas algas – maré vermelha), Presas (animais perseguem cardumes de peixes em áreas fechadas e não conseguem retornar), Doenças (animais muito debilitados para nadarem ou se alimentarem), problemas no sistema de localização (radar), Atividades como pesca e emalhe dos animais que não conseguem subir para respirar na superfície).

 

Todo animal marinho encalhado está extremamente amedrontado e sofrendo por estresse. Nestes casos, eles tendem a se debater na ânsia de desencalhar, ou tentar proteger seu filhote. É importante observar o animal a certa distância, antes de tomar qualquer iniciativa, principalmente em se tratando de grandes Baleias.  O ideal é chamar imediatamente as equipes de resgate disponíveis e que atendem na região, informando o local e condições do encalhe. Antes da equipe de resgate chegar ao local segue algumas dicas importantes que podem ajudar a salvar esses animais:


1.  Isole a área e mantenha os curiosos afastados. Caso seja necessário peça ajuda a Polícia ou Corpo de Bombeiros. Mantenha o ambiente o mais silencioso e tranquilo possível, conversando baixo quando estiver próximo ao animal.


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2. Construa um abrigo para proteger o animal do sol.

 

 


3. Cubra o animal com panos claros. Utilize toalhas, camisas e lençóis

 

 

IMPORTANTE: Cuidado com o respiradouro (encontrado em golfinhos e baleias). Não coloque nada por cima e molhe apenas quando estiverem fechados. Não forneça nenhum tipo de alimento ou líquidos para esses animais.

 

No caso de Pingiins e demais aves marinhas, estes devem ser colocados em uma caixa de papelão grande, e deixados a sombra e em local fresco. Da mesma maneira que com os outros animais, não se deve alimentar ou dar líquidos até a chegada de pessoa especializada. 

 

IMPORTANTE: os Pinguins que frequentemente aparecem na nossa região não são de regiões geladas e por isso NUNCA OS COLOQUE NO GELO!!!

 

Mamíferos marinhos e aves mortas são uma importante fonte de informações para os pesquisadores, na medida em que oferecem a oportunidade de coletar dados a respeito da população (espécie, idade, sexo, saúde), interações negativas com o homem (morte por afogamento, colisão com embarcações) e  informações sobre a saúde dos oceanos.

 

Se você tiver alguma duvida ou no caso de encontrar um desses animais na praia ligue para os números abaixo:

 

Dra Bianca De Luca Altieri (Médica Veterinaria): (12) 8134-4864.

Aquário de Ubatuba: (12) 3834-1382.

Policia Ambiental: (12) 3862-0628 / 3862-1204.

 

*Dra. Bianca De Luca Altieri é Médica Veterinária, formada pela Universidade Federal de Uberlândia. Especializou-se no resgate e reabilitação de animais marinhos através da participação em inúmeros projetos no Brasil e no exterior, entre eles: Island Natural Wildlife Care Center – Salt Spring Island, British Columbia, Canadá; Miami Seaquarium – Miami, Florida, Estados Unidos da América; Centro de Reabilitação de Mamíferos/ AQUASIS – Fortaleza, Ceará; Projeto Peixe Boi Marinho/IBAMA – Barra de Mamanguape/PB; Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC) – Cananéia/SP; Parque Estadual da Ilha do Cardoso  Instituto Florestal de São Paulo. Parque Estadual de Ilhabela – Instituto Florestal de São Paulo. Também fez estágio em diversas instituições nacionais e internacionais voltadas ao resgate e reabilitação de animais marinhos.

Em Ilhabela, de forma voluntária, presta os primeiros socorros aos animais encontrados na região e os encaminha a entidades aptas a recebê-los e tratá-los.