Há consenso nas áreas de conhecimentos direcionados para a saúde e o bem estar populacional sobre os efeitos benéficos do exercício. Estas áreas concordam que o estilo de vida sedentário está associado com patologias metabólicas, cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer. Menos conhecidos são os efeitos positivos do exercício para a eficiência cognitiva. Experimentos recentes confirmam que os indivíduos que se exercitam regularmente aumentam a eficiência da capacidade cognitiva. Além disto, estes estudos demonstraram que programas de exercícios regulares aliados à alimentação e repouso adequado aceleram a recuperação de lesões neurológicas e de estados depressivos.

Pesquisas realizadas com adultos idosos demonstraram que a prática de atividades físicas regulares favorece a manutenção de quocientes de inteligência especialmente aqueles relacionados com a capacidade de planejamento, agendamento e tomadas de decisões. Outro dado importante demonstrou que não há idade para iniciar um programa de exercícios. Mesmo iniciando a prática após os 70 anos os resultados são positivos para reduzir a probabilidade do aparecimento da patologia de Alzheimer e Parkinson.      

Como a prática regular de exercícios funciona para o aumento da capacidade cognitiva e na prevenção de degeneração neurológica?

A resposta é que a prática de exercícios ativa a capacidade biológica conhecida como neurogênese, ou seja, a capacidade cerebral de se regenerar e se renovar produzindo novos neurônios!

Há não muito tempo os neurobiologistas e o público em geral acreditavam que nós nascíamos com certa quantidade de neurônios e que esta quantidade se mantinha ao longo da vida e que novos neurônios não eram gerados no cérebro. Este dogma caiu em 1990. Confirmou-se que novos neurônios são gerados continuamente durante toda a vida adulta, também na área do hipocampus, área esta aceita como responsável pela memória, aprendizagem e emoções. Os novos neurônios gerados formam sinapses e se integram ao circuito neuronal.

Assim como os neurônios,  todos os tipos de células (200 tipos) que compõem uma comunidade coerente de 80 a 100 trilhões em um ser humano apresentam capacidade regenerativa em algum nível de qualidade. Basta que haja atividade constante. Não podemos parar!

Outro dado importante que surgiu de pesquisas recentes está derrubando outro dogma. Após o projeto genoma apareceram especulações afirmando que a genética era o fator determinante para uma pessoa ser inteligente, ágil, forte e saudável.

 Estas pesquisas estão demonstrando que o que realmente conta é a combinação entre genética e estilo de vida onde a nutrição, o repouso e exercícios adequados estejam presentes. Também enfatizam o valor do nível de escolaridade para que a capacidade cognitiva seja constantemente ampliada. Veja que sempre é a combinação e a variação de atividades que traz benefícios.

Estes dados, portanto, colocam a responsabilidade relacionada à saúde e o bem estar em nossas mãos.

Sem desculpas então! Faça uma avaliação médica, reveja seus hábitos intelectuais, nutricionais e de repouso e deixe a preguiça de lado. Comece já!!!

Bons treinos!

 *José Augusto Menegatti é Professor de educação física formado pela Universidade de São Paulo. Foi preparador físico da equipe de voleibol masculina do Esporte Clube Banespa e da Seleção Brasileira. Durante 30 anos de trabalho com o esporte desenvolveu técnicas com resultados rápidos e eficientes. Um destes trabalhos começou em 1989 quando iniciou seus estudos sobre o Rolfing. Hoje como professor e instrutor formado pelo Rolfing Institute (Boulder, Colorado, USA) possui um Núcleo de Estudos em Fluência Corporal em Ilhabela/SP, que oferece cursos, aulas e sessões para pessoas interessadas na sofisticação de sua corporalidade, e para profissionais da área da educação e saúde interessados em aprimorar sua proposta de trabalho. Para saber mais: contato@espacojera.com.br / (12) 3896-1135