Comemorada no dia 2 de fevereiro, a Festa de Nossa Senhora D’Ajuda e Bom Sucesso é uma das mais antigas tradições do calendário cultural e religioso de Ilhabela e atrai todos os anos centenas de pessoas, desde fiéis e devotos que acompanham a missa solene seguida de procissão pelas ruas da Vila, até moradores e visitantes que aproveitam as atrações culturais preparadas pela prefeitura em parceria com a Paróquia.
Além da celebração religiosa promovida pela igreja, que no dia 2 teve início na Barra Velha, com a carreata que conduziu a imagem da santa até a Matriz, na Vila, seguida pela missa e procissão, a comemoração contou ainda com a tradicional quermesse, com barracas de comidas e bebidas e sorteios de prêmios.
Para completar a programação, a Prefeitura de Ilhabela, através das secretarias de Turismo e Fomento e da Cultura, com apoio do Ministério da Cultura e patrocínio da Redecard, trouxe para a cidade atrações especiais, como o show de Oswaldo Montenegro, na sexta, dia 01 de fevereiro, e a apresentação do “Concerto de Verão”, com a Camerata Bachiana do SESI, sob a regência do renomado Maestro João Carlos Martins e participação especial da Orquestra Popular de Ilhabela e de ritmistas da escola de samba paulistana Vai-Vai.
Padroeira de Ilhabela
A devoção a Nossa Senhora D’Ajuda foi trazida para Ilhabela pelos colonizadores portugueses e a primeira capela em sua homenagem foi construída no final do século XVIII, pelo vigário de São Sebastião, o padre Manoel Gomes Pereira Marzagão. Alguns anos depois, a capela foi substituída por uma igreja, inaugurada em 2 de fevereiro de 1803 pelo padre João Rodrigues Coelho.
Em 1805, restaurada e ampliada por Julião de Moura Negrão, a igreja tornou-se Matriz, permitindo a emancipação político-administrativa da Capela de Nossa Senhora D’Ajuda e Bonsucesso que, em 3 de setembro daquele ano passou a se chamar Vila Bela da Princesa, denominação mais tarde substituída por Vilabela, Formosa e, finalmente, Ilhabela.
O estado atual da Igreja Matriz é fruto do trabalho e dedicação do escultor paulista Alfredo Oliani. Por volta de 1950, o artista começou a arrecadar doações para a reforma da fachada e dos altares, pintura do forro e dos quadros e a colocação do novo piso. Ele também contribuiu com a execução de várias obras, dentre as quais se destacam a “Via Sacra” e as quatro grandes estátuas que estão na frente da Igreja.
Oração de Nossa Senhora d’Ajuda
Lembrai-vos, ó doce Mãe, Nossa Senhora d’Ajuda, que nos foi dada por Jesus para nosso amparo! Cheios de confiança na Vossa bondade nós vos clamamos em nosso auxílio. Mãe querida Senhora d’Ajuda, acolhei benigna todas as nossas súplicas e dignai-vos atendê-las. Rogai por nós Santa Mãe de Deus, pra que sejamos dignos da promessa de Cristo. Amém!
Programação artística
Logo após o show pirotécnico que encerrou a procissão, o “Concerto de Verão”, promovido pela Prefeitura com apoio do Ministério da Cultura e patrocínio da Redecard, reuniu cerca de três mil pessoas na Vila, que tiveram a oportunidade de assistir a Camerata Bachiana do SESI, sob a regência do renomado Maestro João Carlos Martins e participação especial da Orquestra Popular de Ilhabela e de ritmistas da escola de samba paulistana Vai-Vai.
O público apreciador da música erudita chegou cedo para garantir o lugar mais próximo do palco montado na Praça das Bandeiras, na Vila, e o espetáculo começou pontualmente às 21h. O maestro já havia conquistado a simpatia dos ilhabelenses ao conhecer e “tocar as pedras do sino” na Praia da Garapocaia, na tarde de sexta-feira (1º/2). “É um momento mágico, corri o mundo inteiro para chegar aqui em Ilhabela e ouvir de uma pedra o som de sinos. Qualquer ser humano pode compreender que Deus existe, pois a última coisa que esperava encontrar na vida era uma pedra que soasse como o sino de uma Igreja”, declarou o Maestro João Carlos Martins. Ele também ministrou uma emocionante palestra para convidados durante a manhã de sábado. Antes do concerto, o maestro e a camerata foram recepcionados por uma brilhante apresentação da Orquestra Popular de Ilhabela, coordenada pelo Maestro Almir Clemente, com a participação especial da cantora Bárbara Rodrigues e do músico Beto Di Franco. Ao final da apresentação, o Maestro João Carlos brindou a Orquestra de Ilhabela, regendo a música “Baião Caiçara” – de autoria do Maestro Clemente.
Em seguida, a orquestra deu o lugar no palco aos integrantes da Camerata Bachiana, que prosseguiu com a regência do Maestro João Carlos e, dentre diversas peças da música clássica, como Bach e Mozart – apresentou em seu repertório “Trem das Onze”, de Adoniran Barbosa, acompanhada por integrantes da bateria da escola de samba paulistana Vai-Vai e cantada pelo jovem tenor Jean Willian. O tenor ainda fez uma homenagem à Nossa Senhora D’Ajuda, cantando “Ave Maria” emocionando a plateia.