Fundado em 20 de janeiro de 1977, o Parque Estadual de Ilhabela foi criado com o intuito de proteger uma das últimas faixas contínuas de Mata Atlântica remanescentes no Estado de São Paulo e sua área abrange 80% do território da Ilha de São Sebastião, além de todas as ilhas, ilhotas e lajes que formam o arquipélago de Ilhabela, totalizando pouco mais de 27 mil hectares transformados em uma importante Unidade de Conservação.

Na ilha maior, os limites do Parque são definidos por cotas altimétricas que variam de 200 metros, ao longo da área urbanizada que cerca o Canal de São Sebastião, passando a 100 metros na Ponta da Sela, ao Sul, e Ponta das Canas, ao norte, até atingir a cota zero, que também abrange integralmente as demais ilhas e ilhotas.

Na prática, isso significa que toda esta área está sob domínio público, é protegida por Lei e não pode sofrer nenhum tipo de interferência sem autorização expressa dos órgãos competentes. Qualquer atividade exercida no interior do Parque, desde a prática de ecoturismo em trilhas e cachoeiras até a ocupação pelas comunidades tradicionais deve ser regulada e obedecer à legislação vigente.

 

Plano de Manejo

Para discutir o uso público do parque, buscar alternativas que possam convergir as necessidades e interesses da comunidade, a preservação da área e o cumprimento da legislação, foi elaborado o Plano de Manejo do Parque Estadual de Ilhabela, um documento técnico de apoio à gestão da Unidade de Conservação, construído com a participação da sociedade civil.

O desenvolvimento do Plano de Manejo teve início em 2010 e o processo envolveu desde estudos e pareceres técnicos até a realização de 28 oficinas abertas ao público, que contaram com a participação de comunidades tradicionais residentes no interior do parque, representantes da sociedade civil organizada e demais interessados no tema, dando origem a um documento que vai definir as normas e recomendações de uso, além de estabelecer programas e metas para temas como Uso Público, Educação Ambiental, Proteção da Fauna e Flora, Zoneamento, Gestão, Pesquisas Científicas e Interação Socioambiental, entre outros.

Nova gestão

A comemoração dos 35 anos de fundação do Parque Estadual traz algumas novidades, como a chegada do novo gestor, Leandro de Oliveira Caetano, que iniciou seu trabalho no início de 2012. Formado em Turismo e pós-graduado em Educação Ambiental, Meio Ambiente e Sociedade e Direito Ambiental, atua a dez anos em Unidades de Conservação.

De acordo com ele, a aprovação do Plano Gestor, que deve ser concluída em breve, será um passo importante para que os projetos que estavam em andamento sejam concluídos e para que novas propostas sejam executadas, seguindo agora critérios e metas estabelecidos em parceria com a sociedade. Alguns deles estão previsto já para este ano, como a implantação do novo Centro de Visitantes, que ocupará o piso térreo da sede do Parque, na Vila. O início da reforma acontece em março e até o meio do ano o novo espaço deve estar pronto para receber o público.

Também serão executados projetos de estruturação em algumas trilhas, além de um programa de manutenção permanente das sete trilhas oficiais: Trilha da Praia do Bonete, Cachoeira da Laje, Trilha da Cachoeira do Veloso, Trilha da Cachoeira do Gato, Trilha do Pico do Baepi, Trilha da Água Branca e Trilha da Cachoeira Pancada D’Água.

Estão previstas ainda ações do programa de Interação Socioambiental que, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, vai promover maior proximidade entre os moradores das comunidades tradicionais e a equipe do PEIb, e do Programa Pró-Parque, uma parceria entre os gestores das unidades de conservação e a Polícia Ambiental, com reuniões mensais para apresentação de denúncias, debate de estratégias e planejamento de ações para combater crimes ambientais como a caça, problema recorrente em Ilhabela que, atualmente, coloca em risco diversas espécies da fauna, muitas ameaçadas de extinção, que todos os anos são retiradas de maneira ilegal das matas e comercializadas no mercado clandestino.

Além das novidades que devem acontecer nos próximos meses, Leandro ressalta ainda a importância de iniciativas que ocorreram no início do ano, como a reunião com o DER – Departamento de Estradas e Rodagem para debater as obras na Estrada de Castelhanos, quando a sociedade teve a oportunidade de se manifestar contra uma das alternativas apresentadas, que sugeria o uso de asfalto para revestir o trajeto. As outras duas opções foram blocos intertravados de concreto e revestimento primário, sendo que a terceira foi a que contou com maior adesão dos presentes.

Ele destacou ainda a intensificação do controle na guarita que dá acesso a estrada, que contou com a participação da Polícia Militar e foi fundamental para garantir a ordem e a segurança de moradores, turistas e visitantes.