O Arquipélago dos Alcatrazes é considerado um santuário ecológico na costa centro/norte do Estado de São Paulo. Local de natureza preservada é sítio de nidificação de aves marinhas como a Fragata e o Atobá, além de local de alimentação e descanso de diversas espécies de aves migratórias.

A Ilha de Alcatrazes é coberta por uma floresta ombrófila densa, típica de Mata Atlântica, com predominância de jerivá, intercalada com vegetação rupestre que recobre os seus paredões rochosos. O pico mais alto desta ilha é um paredão granítico no oceano Atlântico com 316 metros de altura, 80 metros a menos que o pão de açúcar no Rio de Janeiro. Esse contraste de paisagem entre rocha e oceano sempre impressiona e apaixona a primeira vista.  Algumas espécies vegetais da ilha são endêmicas para São Paulo, mas podem ser encontradas no Rio de Janeiro.

Separada do continente durante o período quaternário, devido à elevação do nível dos oceanos, a Ilha manteve isolada algumas espécies que atualmente se diferenciam das espécies do continente, e preocupa os conservacionistas e órgãos de proteção ao meio ambiente por causa de sua distribuição mundial reduzida aos 176 hectares da ilha. Cada uma dessas espécies desenvolveu neste tempo de isolamento, estratégias específicas para se adaptarem a um ambiente isolado e restrito. Podemos dizer que a Ilha de Alcatrazes é o paraíso das aves, onde já foram registradas 91 espécies de aves entre terrestres e marinhas. Fato curioso para as aves terrestres, é que algumas possuem um canto diferente dos indivíduos de sua espécie no continente, que está a aproximadamente 35 km da ilha, tendo o mar com barreira geográfica, as aves com capacidade reduzida de vôo também ficaram isoladas.

Menos conhecido, nem por isso menos importante, o ecossistema marinho do Arquipélago, está emerso numa região de confluência de correntes marítimas como a corrente do Brasil, Águas Centrais do Atlântico Sul (ACAS) e Falklands. Essas correntes criam um gradiente de nutrientes e temperatura favorecendo altas taxas de endemismo marinho nessa região geográfica. Os costões rochosos do Arquipélago são recobertos predominantemente por coral cérebro, que por serem sensíveis a baixas temperaturas da água, têm em Alcatrazes o provável limite sul de distribuição dessa espécie que é endêmica da costa brasileira.

Enormes cardumes, alta concentração de indivíduos jovens de tartarugas marinhas, algumas delas residentes fieis do Arquipélago a mais de 10 anos, e a presença expressiva de cetáceos só ressaltam a importância da proteção desse ecossistema para a conservação dessas espécies. Dentre os cetáceos destacamos a baleia de Bryde e o golfinho pintado do atlântico como espécies residentes, e as Baleias Franca e Jubarte como eventuais visitantes.

O Arquipélago é uma das poucas áreas no litoral de São Paulo com restrição total de pesca, mantendo uma população estável e madura de peixes, o que contribui para manutenção dos estoques através da dispersão de larvas e ovos para as áreas adjacentes.  

A criação do Parque possibilitará um aumento significativo na área protegida marinha no Arquipélago, que já possui parte de sua área protegida pela Estação Ecológica Tupinambás. O Brasil tem menos de 1,5% do território marinho protegido por unidades de conservação, apesar de ser um dos ecossistemas mais ameaçados por fatores como poluição, ocupação desordenada, espécies exóticas e sobrepesca.

O Parque também protegerá as espécies endêmicas ameaçadas da Ilha e o ninhal, além de possibilitar atividades de ecoturismo e maior conscientização ambiental da comunidade local através da visitação.

Sabendo disso a Estação Ecológica Tupinambás está fazendo uma campanha de sensibilização, aproveitando o contexto político favorável da Rio+20, para que seja lançado oficialmente a criação do primeiro Parque Nacional do Estado de São Paulo e o primeiro Parque Nacional do sul e sudeste do país.

Para apoiar a criação do Parque Nacional Marinho Arquipélago dos Alcatrazes acesse o endereço www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=PARNAMAR.