Etmologicamente, a palavra Arquitetura deriva do grego arché — αρχή —”primeiro” ou “principal” e tékton — τέχνη — “construção”. Essencialmente, o significado da palavra Arquitetura define a importância desta atividade na elaboração do espaço humano, numa concepção histórica e social.

Podemos compreender a arquitetura como a expressão máxima da cultura, já que ela reflete o homem em todos os seus desdobramentos ideológicos. Podemos, ainda, entendê-la como um objeto que permanece em constante exposição e revela o nível de educação de um povo e a sua identidade, traduzindo avanço ou retrocesso, beleza ou feiúra, racionalidade ou desperdício. Por vezes a arquitetura, enquanto expressão artística, transcende seus próprios limites, dialogando com outras formas de apreensão do humano, como a escultura, a pintura, a fotografia e a literatura (basta observarmos o conjunto Barroco de Ouro Preto, ou, ainda, as precisas descrições da urbe parisiense na obra de Victor Hugo).

Com efeito, entender e investir em arquitetura é construir o retrato da história da humanidade e imprimir nele as marcas culturais de um povo – seja no Renascimento, seja no período da imigração italiana na cidade de São Paulo. Certamente, por isso, o arquiteto é recorrentemente evocado quando vemos uma bela construção. A obra arquitetônica traz em si as marcas da concepção de um projeto que leva em consideração não apenas beleza e funcionalidade, mas todo o entorno urbano e o que ele representa socialmente.

O Litoral Norte de São Paulo, em especial Ilhabela, vem sendo alvo, nos últimos anos, de um intenso processo de desenvolvimento urbanístico. Dessa forma, um contingente significativo de pessoas, atraídas por uma qualidade de vida especial, trocam a metrópole pela cidade praiana. Esse movimento migratório põe em foco a construção civil e o espaço da urbe, que devem dialogar em perfeita harmonia com a paisagem natural.

Algumas questões são de suma importância e devem ser consideradas antes de qualquer projeto arquitetônico e sua execução: Se o diferencial deste espaço é a paisagem natural, qual é o melhor modo de construção da Habitação?  Quais as técnicas adequadas ao local e a mão de obra disponível?  Qual a melhor concepção de projeto a ser implantado em determinado terreno? A insolação e ventilação estão corretas?

O arquiteto é o principal interlocutor para responder a essas questões, já que o seu trabalho envolve o conhecimento do meio circundante, o domínio da tecnologia adequada, das soluções relativas à funcionalidade e salubridade, da análise das necessidades e expectativas dos futuros moradores, balizado pelo desenvolvido senso estético apurado.

Este profissional é peça chave e de fundamental importância para o sucesso de qualquer empreendimento, seja ele uma reforma residencial, de ajuste de necessidades, seja um projeto arquitetônico e urbanístico de um condomínio.

 

Elciléia Roefero

Arquiteta e Urbanista graduada pela USP;

Titular do escritório Phábrica de Projetos

e proprietária da Casa Chique