O aumento da produção de lixo doméstico é um problema que desafia a maior parte dos municípios brasileiros, que diante da eminência de um colapso nos sistemas de coleta e disposição de resíduos, buscam soluções que possam minimizar os impactos ambientais, sociais e econômicos gerados pelo consumo humano. Para se ter uma idéia, a produção de lixo por habitante no Estado de São Paulo, que era de cerca de 200grs/dia na década de 90, saltou para cerca de 800grs/dia atualmente. Somando esse número ao aumento da população, temos uma previsão, no mínimo, assustadora.
Em Ilhabela, que tem mais de 80% de sua área dentro de um parque estadual e abriga umas das maiores reservas de Mata Atlântica do Estado, o problema é ainda mais delicado e a solução requer, além de investimento e compromisso públicos, a participação da sociedade.
Para tentar minimizar os impactos gerados pelo lixo no município, desde 2004 a prefeitura de Ilhabela encerrou as atividades do único lixão da cidade, no bairro da Água Branca, e passou a transbordar os resíduos sólidos para um aterro sanitário particular localizado em Tremembé, no interior paulista. Desde então, a área vem passando por um processo de recuperação do solo e, atualmente, recebe apenas restos de podas e entulho de construção.
Atualmente, o lixo é recolhido pelos caminhões e despejado diretamente nos containers onde são transportados, evitando contato com o solo e acúmulo de resíduos.
Coleta Seletiva
Além do transbordo do lixo, a prefeitura implantou também um sistema de coleta seletiva, que recolhe em dias determinados todo o lixo que pode ser reciclado. O material é levado para um centro de triagem, que também fica no terreno do antigo lixão, onde é separado, prensado e vendido por uma associação de trabalhadores, que hoje conta com 26 pessoas que encontraram na reciclagem uma forma de garantir renda para a família.
Hoje, 10% do lixo produzido no município é reciclado, e esse número pode aumentar consideravelmente se a sociedade abraçar a causa e se comprometer a separar o seu lixo e depositá-lo na lixeira nos dias corretos. É lógico que essa conscientização também depende de um amplo programa de educação ambiental e de constante investimento público na melhoria e manutenção dos serviços prestados, mas cada um de nós pode ajudar fazendo a sua parte.