Extensão da mancha de óleo foi de aproximadamente 30 quilômetros, se estendendo sobre diversas praias e afetando o delicado ecossistema que compõe uma das regiões mais preservadas em ricas em biodiversidade da costa brasileira.

No dia 5 de abril, a Transpetro, subsidiária da Petrobrás responsável pelo transporte de petróleo e seus derivados, identificou a ocorrência de um derramamento de óleo em uma das linhas de dutos do píer do Terminal Aquaviário Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião.

Em pouco tempo, a mancha negra composta por óleo marítimo MF-380, tipo de combustível utilizado para abastecer navios, se espalhou pelo mar e chamou a atenção de pescadores e moradores locais, que contataram as autoridades de São Sebastião, cidade mais atingida pelo derramamento, para anunciar o desastre. Só no município, foram 11 praias atingidas, além de vários ecossistemas costeiros e fazendas marinhas, e os impactos se estenderam ainda até os municípios de Caraguatatuba e Ubatuba.

Embora a Petrobrás tenha afirmado em nota oficial que o derramamento foi de 3,5 mil litros de óleo, tanto a Prefeitura de São Sebastião quanto ambientalistas e especialistas da região discordam deste número, afirmando que a quantidade anunciada não seria suficiente para atingir toda a área impactada.

No dia 8 de abril, em nova nota oficial, a Petrobras anunciou a conclusão dos trabalhos de contenção e remoção de resíduos, afirmando que a limpeza foi bem sucedida. No entanto, prefeituras das cidades atingidas, representantes da sociedade civil, biólogos e ambientalistas estimam que o problema está apenas começando, já que a contaminação da vida marinha, os impactos nos costões rochosos, nas fazendas de cultivo de peixes, mariscos e camarões, e em ecossistemas delicados como mangues e restingas ainda precisa ser avaliado. Os resultados podem ser desastrosos.

Algumas medidas já foram tomadas para avaliar estes impactos e responsabilizar a empresa pelos danos causados, como a instauração de um inquérito civil pelo Ministério Público, através do Gaema – Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente. A Cetesb multou a Petrobras em 10 milhões de reais e a Prefeitura de São Sebastião está preparando um diagnóstico para mensurar os danos e impactos causados ao município.

Em Ilhabela, o Instituto Ilhabela Sustentável redigiu um documento, protocolado no CONSEMA – Conselho Estadual do Meio Ambiente e enviado também à CETESB, ao Ministério Público Federal, ao GAEMA, à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, às Secretarias de Meio Ambiente de Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela e à Transpetro, solicitando a imediata interrupção do processo de licenciamento para o projeto de ampliação do Tebar, com a suspensão de suas audiências públicas, até que todas essas e/ou outras questões possam ser esclarecidas, possibilitando que toda a sociedade do Litoral Norte possa avaliar se, além do interesse nacional, o interesse local, em seus aspectos ambientais, sociais e econômicos, também está contemplado no processo, de forma clara e transparente.