Veja os principais momentos da segunda etapa, que percorrerá 6.100 milhas náuticas (cerca de 11.300 quilômetros), entre a Cidade do Cabo, na África do Sul, e Melbourne, na Austrália.
02/01/2006 – Brasil 1 larga na frente para a segunda etapa
Após conquistar a vice-liderança na classificação geral, o Brasil 1 conseguiu um bom posicionamento na linha imaginária de largada numa área ao norte de Granger Bay. Tanto assim, que passou a linha na primeira colocação, puxando a fila de veleiros. Ao passar em frente ao Waterfront, onde os barcos ficaram ancorados, a embarcação de Torben Grael ainda estava em primeiro lugar, muito perto do espanhol movistar.
Dos sete veleiros inscritos, apenas dois estão competindo com a mesma tripulação da primeira etapa: o holandês ABN Amro Two e o espanhol movistar. Todos os outros cinco tiveram de fazer alterações na equipe. No Brasil 1, por exemplo, o navegador holandês Marcel van Triest e o timoneiro norueguês Knut Frostad reforçam o grupo nos mares do Sul.
O ABN Amro One, líder da competição, precisou substituir o neozelandês Mark Christensen, com o braço quebrado, pelo britânico Brian Thompson. Já o Piratas do Caribe, dos Estados Unidos, conta agora com o australiano Anthony Merrington no lugar do sueco Fredrik Loof, medalha de bronze na Olimpíada de Atenas. No sueco Ericsson, saiu o alemão Tony Kolb para a entrada do irlandês Damian Foxall, que inicialmente estava na tripulação do Brasil 1. O ING Brunel, da Austrália, também teve duas mudanças. Entraram Matt Humphries e Gareth Cooke nos lugares de Campbell Field e Graeme Taylor, respectivamente.
04/01/2006 – Brasil 1 volta para a África do Sul após problemas estruturais
O Brasil 1 voltou para a África do Sul após dois dias da segunda etapa da Volvo Ocean Race. Às 5h00 da manhã (horário de Brasília) do dia 04 de janeiro, a tripulação descobriu um problema estrutural no convés do barco. Com isso, eles decidiram diminuir a velocidade e velejaram de volta para a África. O problema foi constatado enquanto o Brasil 1 velejava com 15 nós de contravento.
Horas antes, no início da madrugada, o Ericsson também mudou a rota em direção à África do Sul. Os tripulantes informaram que a embarcação teve problemas com a quilha, impedindo-os de prosseguir na regata.
“Recebemos essa informação na madrugada com um pouco de tristeza. Mas o mais importante agora é a segurança da tripulação. A Volvo Ocean Race é uma competição muito longa que está apenas começando. O Brasil 1 está voltando para a África do Sul e agora é o momento de unir forças e consertar o barco. O Brasil 1 já provou que é uma excelente equipe, capaz de conquistar a Volvo Ocean Race”, explicou Alan Adler, diretor do projeto.
“Assim que chegamos, o Horacio (Carabelli, diretor técnico do projeto) disse que esse problema era reparável e que poderíamos voltar a velejar em pouco tempo. Vamos voltar para esta etapa e conquistar pontos importantes na classificação. O mais importante é que continuar velejando é fundamental para manter alto o moral da equipe”, explica Torben Grael.
“Foi horrível ter de voltar para terra, principalmente depois de conquistarmos uma posição privilegiada em relação ao restante da flotilha. Seríamos os primeiros a velejar com os ventos fortes nos mares do Sul. Em 12 anos que disputo essa regata, nunca abandonei nenhuma etapa e tenho muito orgulho de ser parte dessa equipe brasileira, que não tem nenhuma intenção de desistir. Vamos terminar o que começamos. Queremos dar a volta ao mundo e completar essa etapa velejando, mesmo que isso signifique pouco tempo para descansar em Melbourne. Mentalmente, essa será a perna mais difícil de todas, para todos nós”, declarou Knut Frostad, um dos velejadores do Brasil 1 e membro do comitê técnico da equipe.
09/01/2006 – Confiante, Brasil 1 volta a velejar
Cinco dias depois de parar em Port Elizabeth, na África do Sul, o barco brasileiro voltou a disputar a segunda etapa da Volvo Ocean Race. O comandante Torben Grael confirmou que os danos, sofridos nas primeiras 48 horas da segunda etapa da regata de volta ao mundo, já estão reparados para que a equipe brasileira complete, velejando, as cerca de 6.000 milhas náuticas (cerca de 11.1000 km) até Melbourne, na Austrália.
“O Brasil 1 está voltando ainda mais forte. É claro que estamos atrás, mas estamos disputando a Volvo para dar, de verdade, a volta ao mundo e é o que vamos fazer. Além disso, velejar até Melbourne é uma ótima oportunidade para reconquistarmos a confiança no barco e aprendermos ainda mais como obter o melhor rendimento nessas condições”, avisa o bicampeão olímpico Torben.
Os cinco dias de trabalho em Port Elizabeth foram intensos. “Trabalhamos sem parar, para que o Brasil 1 ficasse pronto para chegar à Melbourne. E temos que agradecer muito o apoio local que recebemos. Não conseguiríamos fazer tudo isso se as pessoas daqui de Port Elizabeth não tivessem sido tão prestativas”, agradeceu o gerente de logística Herve le Quilliec.
A previsão é de que o Brasil 1 chegue em Melbourne antes do fim do mês, poucos dias antes da regata local, marcada para o dia 4 de fevereiro.
18/01/2006 – Brasil 1 tem mastro quebrado nos mares do Sul
O Brasil 1 perdeu seu mastro às 4h30 (de Brasília) do dia 18 de janeiro, nos mares do Sul, a 1300 milhas náuticas (2.418 km) da ilha Eclipse, oito dias depois de voltar à disputa da segunda perna da Volvo Ocean Race. A tripulação montou um mastro de emergência para voltar à costa australiana, onde o barco será reparado.
O mastro se partiu em três, após falha em um de seus componentes. Como a tripulação relatou, o problema ocorreu no principal cabo de sustentação do mastro. O esticador do estai vertical principal se rompeu. O estai é o cabo que suporta o mastro e o esticador, a estrutura que suporta o estai. A ruptura aconteceu na parte inferior do esticador, no sentido horizontal. Metade ficou no barco e o resto do esticador, preso ao estai.
Os velejadores recuperaram todas as peças que foram ao mar enquanto em terra, os demais membros da equipe já montaram a estratégia para receber o veleiro brasileiro na Austrália.
Mesmo na água gelada dos mares do Sul, o catarinense André Fonseca mergulhou para recolher tudo o que era possível. “Nosso mergulhador nadou bastante e foi essencial para que arrumássemos a o barco. Recuperamos tudo: velas, mastro e todos os equipamentos que foram ao mar”, elogiou o comandante Torben Grael.
Após a chegada à Austrália, o Brasil 1 será desmontado e, no dia seguinte, embarca em uma carreta em direção a Melbourne. A viagem terá cerca de quatro dias. “Um caminhão com o berço e todos os equipamentos que iremos precisar para desmontar o barco saiu ontem, às 17 horas, da costa leste da Austrália e deve chegar em três dias. Quando o barco chegar, começaremos a trabalhar imediatamente, inclusive à noite, para que o Brasil 1 comece a viagem por terra até Melbourne rapidamente”, explica Horácio Carabelli, diretor técnico do projeto, que irá coordenar os reparos.
Na Austrália, toda a equipe de manutenção, formada por pelo menos 12 pessoas, terá de correr contra o tempo. O mastro reserva, que estava na Inglaterra, chega no dia 1º, após voar para Sydney e ir de caminhão até Melbourne. Com a regata local (in-port race) marcada para o dia 4 de fevereiro, a equipe deve terminar os reparos um dia antes e deixar o Brasil 1 pronto para velejar.
O Brasil 1 é patrocinado por VIVO, Motorola, QUALCOMM, HSBC, Embraer, ThyssenKrupp, NIVEA Sun, Ágora Senior Corretora de Valores e Governo Brasileiro através da Apex (Agência de Promoção das Exportações do Brasil), Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Ministério do Turismo e Ministério dos Esportes e apoio especial da Varig.