* Totalmente gratuita, programação acontece presencialmente de 4 a 6/11, e online de 4 a 10/11
* Na agenda, exibição de premiadas produções brasileiras e debates com cineastas
* Atividades têm como palco um dos principais destinos turísticos do estado de São Paulo — Ilhabela, no Centro Cultural da Vila

Com duração de três dias, no formato presencial — de 4 a 6 de novembro de 2022 — e de uma semana, no formato online — de 4 a 10 de novembro –, a segunda edição do Citronela Doc — Festival de Documentários de Ilhabela apresenta documentários brasileiros contemporâneos, elogiados pela crítica e premiados em festivais, além de ciclo de debates com participação de cineastas e convidados.

A programação presencial acontece no Centro Cultural da Vila, em Ilhabela, Litoral Norte de São Paulo (Av. da Padroeira, 140 – Centro Histórico). Já o acesso online se dá através da plataforma digital de streaming todesplay. O evento é totalmente gratuito.

Nesta segunda edição, são exibidos 15 títulos, reunindo oito longas e sete curtas-metragens, lançados em 2021 e 2022. Realizadores e representantes dos filmes marcam presença no festival e participam de conversas com o público após as projeções e integram mesas de debate.

Um dos grandes destaques da programação é “O Território”, vencedor do prêmio de público e do prêmio especial do júri na competição internacional de documentários do prestigioso Festival de Sundance, evento norte-americano criado pelo ator Robert Redeford. Esta coprodução entre Brasil, Estados Unidos e Dinamarca segue um jovem líder indígena do povo Uru-eu-wau-wau lutando contra agricultores, colonizadores e colonos que invadem uma área protegida da Floresta Amazônica. A obra é considerada como o mais devastador retrato fílmico da política de destruição ambiental e indígena do atual governo federal brasileiro.

Dois longas-metragens abordam temas ligados à música popular brasileira. Exibido no Festival do Rio e no É Tudo Verdade — Festival Internacional de Documentários, “Belchior – Apenas um Coração Selvagem” reúne raros materiais de arquivo que permitem traçar uma espécie de autorretrato do poeta, cantor e compositor cearense Antônio Carlos Belchior Fontenelle Fernandes, ou simplesmente Belchior (1946-2017), autor de canções icônicas como “A Palo Seco” e “Como Nossos Pais”. Já “Manguebit”, vencedor do prêmio de melhor filme no In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical, radiografa o movimento pernambucano do manguebeat, que revelou Chico Science e inúmeros artistas e grupos musicais nos anos 1990, através de depoimentos de seus criadores, companheiros e herdeiros.

O protagonismo feminino está presente em três longas. “A Mãe de Todas as Lutas” acompanha a trajetória de duas mulheres que estão à frente da luta pela terra no Brasil: Shirley Krenak, herdeira das Guerreiras Krenak, da região de Minas Gerais e Maria Zelzuita, e Shirley, uma das sobreviventes do Massacre de Eldorado dos Carajás (1996). Selecionado para eventos na Europa, América do norte e na África, “Gilda Brasileiro — Contra o Esquecimento”, focaliza uma filha de pai afrodescendente e mãe judia-alemã que pesquisa a história de uma estrada que, no século 19, era usada como rota secreta por traficantes de escravos na mata atlântica. Por sua vez, “O Bem Virá” parte em busca de 13 mulheres que, em 1983, em uma seca no Sertão do Pajeú pernambucano, lutaram pelo direito à sobrevivência. A produção foi vencedora do prêmio de melhor filme da competição latino-americana da Mostra Ecofalante de Cinema.

Completam as exibições de longas-metragens dois títulos premiados internacionalmente. “Deus Tem Aids”, eleito como melhor filme e vencedor do prêmio do público no festival Queer Porto (Portugal) reúne sete pessoas vivendo com o HIV e oferece novas imagens e perspectivas para lidar com a sorofobia no Brasil. “Rolê – Histórias dos Rolezinhos” foi celebrado no Festival de Rhode Island (EUA), no qual foi vencedor do grande prêmio, e discute os “rolezinhos” em shoppings centers no Brasil que mobilizaram milhares de pessoas, uma forma inusitada de manifestação que escancarou as barreiras impostas pela discriminação racial e exclusão social.

A programação de curtas-metragens apresenta obras realizadas nos estados do Pará, Rio de Janeiro e São Paulo. O paraense “Mensageiras da Amazônia: Jovens Munduruku Usam Drone e Celular para Resistir às Invasões”, que apresenta do Coletivo Audiovisual Munduruku Daje Kapap Eypi e sua atuação na Terra Indígena Sawré Muybu, no sudoeste do Pará, foi vencedor do prêmio de melhor curta-metragem da competição latino-americana da Mostra Ecofalante de Cinema. Já o carioca “Noite das Estrelas” recupera um evento que marcou a comunidade LGBTQIA+ dos anos 1980 e 90 na comunidade da Maré, uma das maiores favelas do país. Por sua vez, o paulista “Mutirão: O Filme” resgata a luta popular pela moradia no bairro paulistano do Capão Redondo e o papel determinante das mulheres.

Uma programação especial focaliza quatro produções realizadas no Litoral Norte paulista. De Ubatuba, “Canoa — Caminhos de Terra e Mar” é dirigido por Felipe Scapino e documenta a canoa caiçara, trazendo a história das corridas de Canoa de Ubatuba. De Caraguatatuba, a dupla Rodrigo Pereira e Felipe Vernizzi registra no curta “Dito” o trabalho deste artista, que transforma em arte objetos do cotidiano. O inédito “Jardim”, de Ilhabela, trata da rotina de confinamento e a vida no jardim do diretor Matias Borgström a partir da criação de um universo composto de diversos ambientes reais e modificáveis. Já o delicado “Tao Kae”, de São Sebastião, mostra a relação entre a bailarina japonesa Toshiko e seu filho de 11 anos, portador de Síndrome de Down e possivelmente autismo. A direção é de Paulo Alberton.

As produções foram selecionadas por um conselho curador independente e diverso, formado por respeitados profissionais da área: Francisco Cesar Filho é consultor do festival e também assina a curadoria ao lado de Márcia Vaz, Carol Misorelli e Márcio Miranda Perez. Durante o evento serão realizadas três mesas de debate sobre temas contemporâneos relacionados aos filmes em exibição: O Audiovisual no Litoral Norte de São Paulo, A Arte e a Tecnologia como Aliadas das Lutas Indígenas e Cinema Plural: Documentário e Diversidade.

O FESTIVAL

Nascido em 2021, o Citronela Doc — Festival de Documentários da Ilhabela começa a se firmar como referência em cinema documental e, ao mesmo tempo, na agenda cultural anual da cidade de Ilhabela. Com transmissão via TodesPlay, uma plataforma global de filmes, séries e produções via streaming, o festival vai muito além das fronteiras da Ilha, com as portas e possibilidades abertas para se conectar com amantes do audiovisual das mais diversas regiões do país.

A segunda edição do evento foi viabilizado pela Prefeitura Municipal de Ilhabela por meio do Programa de Estímulo à Cultura e produzido pela Salga Filmes, produtora brasileira com sede em Ilhabela.

ILHABELA

O arquipélago de Ilhabela, no Litoral Norte de São Paulo, a 200 quilômetros da capital paulista, é um dos principais destinos turísticos do Estado. Além de reunir algumas das praias mais bonitas do país e ser o município com maior percentual de Mata Atlântica preservada do Brasil (80% do território), a cidade dispõe também de um rico patrimônio cultural material e imaterial. Além disso, a região representa o cenário ideal, por permitir atividades ao ar livre num cenário paradisíaco.

SERVIÇO:

2º Citronela Doc — Festival de Documentários de Ilhabela
gratuito
4 a 6 de novembro de 2022
Centro Cultural da Vila (Av. da Padroeira, 140 – Centro Histórico, Ilhabela)

4 a 10 de novembro de 2022
plataforma todesplay
redes sociais: Instagram @citroneladoc / Site aqui
produção: Salga Filmes
financiamento: Prefeitura Municipal de Ilhabela por meio do Programa Estímulo à Cultura