Em duelo acirrado contra Jorge Zarif e Arthur Lopes, barco de bicampeão olímpico mantém regularidade em Ilhabela (SP)
O Campeonato Sul-Americano da classe Star foi decidido no feriado desta segunda-feira (15), no Yacht Club de Ilhabela (YCI), no litoral norte paulista. Após oito regatas equilibradas, a conquista continental veio na última prova para a dupla Robert Scheidt e Ubiratan Matos. Os velejadores superaram por apenas dois pontos os principais adversários desde o começo da competição, que foram Jorge Zarif e Arthur Lopes. A medalha de bronze ficou para Juninho de Jesus e Guilherme de Almeida.
O bicampeão olímpico Robert Scheidt correu pela primeira vez ao lado de Ubiratan Matos e o campeonato marcou seu retorno à categoria após mais de três anos. A parceria mostrou regularidade do começo ao fim do Sul-Americano de Star. Das oito regatas, a dupla venceu três, chegou em segundo lugar em quatro e apenas na última prova tirou um sexto, que foi descartado como manda a regra.
Os dois candidatos ao títulos chegaram praticamente empatados no dia decisivo, mas a entrada do descarte do pior resultado e a média mantida por Robert e Ubiratan foram fundamentais para o resultado.
”Hoje foi a final do Sul-Americano de Star, um dia muito emocionante, com muita coisa acontecendo. Tivemos até algumas avarias no barco e uma penalização de bandeira amarela na primeira regata. Mas no final a gente conseguiu ainda se reagrupar e fazer a nossa estratégia na decisão. Conseguimos usar o critério do descarte do pior resultado muito bem”, disse Robert Scheidt.
Jorge Zarif e Arthur Lopes venceram a primeira regata do dia, assumindo provisoriamente a liderança. Os campeões, no entanto, tiveram que pagar punição e fizeram uma prova de recuperação, terminando a sétima regata em segundo lugar.
Foi na última prova que tudo mudou. Com um quarto lugar de Jorge Zarif e Arthur Lopes, o título ficou nas mãos do timoneiro dono de cinco medalhas olímpicas, que acabou na sexta colocação, resultado descartado na tabela. A regata final foi vencida por Juninho de Jesus e Guilherme de Almeida.
Ilhabela (SP) marcou a terceira conquista do Sul-Americano de Star para Robert Scheidt, maior nome do esporte olímpico brasileiro. Os outros títulos foram em 2006, com Bruno Prada, e 2018, com Arthur Lopes. Ambas foram no Rio de Janeiro (RJ). E a primeira de Ubiratan Matos, um dos proeiros de destaque da vela brasileira, não apenas no monotipo mas no oceano também.
”O Bira (Ubiratan Matos) fez um grande trabalho essa semana e o resultado valeu a pena. Ele se dedicou muito no barco, principalmente durante a troca do mastro”, completou Robert Scheidt.
A 51ª edição do evento começou na sexta-feira (12), em Ilhabela (SP), e reuniu 10 duplas formadas por atletas experientes em Jogos Olímpicos, Jogos Pan-Americanos e Campeonatos Mundiais não apenas na classe Star, mas em outras categorias.
”O campeonato foi super disputado e o título foi merecido do Robert e do Ubiratan. Foram quatro dias de vento forte e boas velejadas em Ilhabela (SP). Depois de quase dois anos sem o evento em virtude da pandemia, conseguimos organizar as regatas e não poderia deixar de agradecer a Mitsubishi e Yacht Club de Ilhabela, nossos principais patrocinadores. Sem esses apoios não seria viável esse campeonato”, explicou Tutu Lopes, velejador e organizador da classe Star no Brasil.
O Campeonato Sul-Americano da classe Star 2021 foi organizado pelo Yacht Club de Ilhabela em parceria com a Prefeitura de Ilhabela. O patrocínio oficial é da Mitsubishi e o apoio da cervejaria Madalena e Regatta.
Resultado final (8 regatas e 1 descarte):
1º- Robert Scheidt | Ubiratan Matos (Banco do Brasil) – 11 pp
2º- Jorge Zarif | Arthur Lopes (Regatta) – 13 pp
3º- Mario de Jesus | Guilherme de Almeida (Vida Bandida) – 20 pp
4º- Pedro Lodovici | Samuel Gonçalves (Dom) – 26 pp
5º- Admar Gonzaga | Ronald Seifert (Maricota) – 31 pp
6º- Daniel De La torre (ARG) | Maurício Bueno (Enrique) – 42 pp
7º- Robert Rittscher | Marcelo Valland (Born Free) – 47 pp
8º- Antonio Moreira | Arcelio Moreira (Culé) – 50 pp
9º- Marco Szili | Pedro Trouche (Viva la Vida) – 55 pp
10º- Fabiano Vivacqua | Caio Gerassi (Balada) – 68 pp