*Dra Elcilene Roefero

 

A halitose, ou mau hálito, causa sérios problemas ao convívio social, interferindo nos relacionamentos. O cheiro está muito ligado às emoções e o mau odor pode provocar repulsa e afastamento. Estudos mostram que 47% dos indivíduos entre 40 e 65 anos sofrem com halitose. A incidência do problema aumenta para 67% na população com mais de 65 anos.

 

Se você descobre que tem halitose, o mais importante é obter o diagnóstico correto, identificando se o problema é de origem bucal (90 a 95% dos casos) ou sistêmica (5 a 10%).

 

Primeiramente, o dentista vai investigar todas as possíveis causas da halitose originada na boca, através de um exame detalhado, tanto da parte dentária, quanto dos tecidos moles. Resíduos e placas bacterianas podem ficar acumulados em várias regiões.

 

Gengivite e periodontite são causas de halitose e merecem tratamento. Cáries mais extensas, além de reter restos de alimentos e bactérias, podem atingir a polpa do dente. E a infecção pulpar emana odor desagradável. A língua possui diversas papilas gustativas entre as quais formam-se cavidades que retém resíduos alimentares, células descamadas e placa bacteriana. Esse material fermenta, liberando mau odor, sendo esta a principal causa do mau hálito de origem bucal. Por isso, é comum termos mau hálito de manhã, quando acordamos. Durante a noite há menor produção de saliva e, portanto, maior fermentação e maior liberação de enxofre. O mesmo fenômeno ocorre quando passamos muito tempo sem comer.

 

O uso de raspadores de língua uma vez ao dia é indicado para todas as pessoas. No entanto, quem sofre de halitose deve passá-lo ao menos três vezes ao dia para remover a saburra lingual. Também é importante escovar os dentes no mínimo três vezes ao dia, utilizando o fio dental. É essencial consultar o dentista com frequência para uma higienização mais profunda, que remove a placa bacteriana e o acúmulo de tártaro.

 

Outra causa bastante associada à halitose é a diminuição do fluxo salivar, conhecida como xerostomia. Vários fatores interferem na produção da saliva pelas glândulas salivares: algumas drogas, alguns problemas respiratórios, ingestão de água, ingestão de fibras… Quando a parte sólida da saliva torna-se mais espessa, por falta de líquido, e acumula-se no dorso posterior da língua, as bactérias entram em ação, aumentando a ocorrência de halitose. Chicletes sem açúcar aumentam a salivação e podem ajudar a melhorar a halitose.

 

A halitose deve ser sempre investigada, pois há uma pequena parcela dos casos que pode estar associada a doenças sistêmicas, como deficiências renais ou hepáticas, diabetes, prisão de ventre, refluxo gastroesofágico, sinusite, problemas respiratórios e amígdalas inflamadas, entre outras.

Se a causa for sistêmica, o paciente será encaminhado para um especialista.

 

*Dra Elcilene Roefero é especialista em Prótese pela Unesp SJC; atua também em Implantodontia e Periodontia, com curso de cirurgia estética na New York University; integra a equipe do Grupo Imppera – curso de Cirurgia estética periodontal e periimplantar em SP; é membro do International Team for Implantology; coordena a El MaR Odontologia Integrada, há 22 anos em Ilhabela.