*Dra Elcilene Roefero
Dores nos dentes e nas gengivas, dores na face, na região do ouvido, cabeça e pescoço, geralmente são sintomas associados aos tecidos moles e mineralizados da cavidade oral e da face, recebendo a denominação genérica de Dores Orofaciais.
Os componentes envolvidos incluem pele, vasos sanguíneos, ossos, dentes, glândulas ou músculos. Por definição, portanto, as “Dores Orofaciais são um conjunto de sinais ou sintomas que podem estar relacionados a patologias ou problemas que envolvem a cabeça, face, ouvido e coluna cervical”.
As causas de dor crônica orofacial incluem lesões intracranianas como neoplasias, aneurismas ou abscessos. Podem ainda ser resultantes de distúrbios de origem nervosa, sendo a neuralgia do nervo trigêmeo o mais comum. Há ainda as disfunções da articulação temporomandibular. Ela também pode se manifestar como enxaquecas ou dores de cabeça do tipo tensional.
Porém, uma das causas mais comuns das Dores Orofaciais são as doenças inflamatórias da polpa dentária.
O diagnóstico da Dor Orofacial pode ser particularmente difícil, tanto devido à complexa inter-relação dos fatores físicos e psicológicos nas síndromes de dor crônica, quanto aos sinais e sintomas semelhantes compartilhados por várias desordens.
O cirurgião dentista ocupa papel essencial nesse desafio, pois a dor intrabucal é a fonte mais comum de Dor Orofacial.
Muitas vezes problemas de origem nos dentes acabam gerando um efeito que chamamos de “dor referida”. Isso significa que o paciente sente dor em uma área, como dor de cabeça, por exemplo, mas a fonte desse sintoma é em outra área (no caso, a inflamação do dente). As dores de cabeça na região frontal ou frontoparietal frequentemente são confundidas com sintomas de outras origens como sinusites ou enxaquecas. Outro tipo de dor referida, geralmente muito intensa, e que por vezes apresenta dificuldade diagnóstica, é a chamada neuralgia do trigêmeo, um dos nervos cranianos.
Em Odontologia, o tratamento da dor constitui a maior porcentagem dos atendimentos de urgência no consultório. Em qualquer caso de sintomatologia dolorosa de origem bucal, além das manobras clínicas, o dentista faz uso de medicamentos como coadjuvantes no tratamento.
Os demais casos dolorosos, onde são descartadas as origens intrabucais, são tratados pelas especialidades médicas, como neurologia, otorrinolaringologia, oncologia e outras, muitas vezes até requerendo uma equipe multidisciplinar. A dor compromete a qualidade de vida do indivíduo, além do que, pode ser um sintoma da presença de uma patologia grave, portanto seu diagnóstico e tratamento merecem total atenção.
*Dra Elcilene Roefero é especialista em Prótese pela Unesp SJC; atua também em Implantodontia e Periodontia, com curso de cirurgia estética na New York University; integra a equipe do Grupo Imppera – curso de Cirurgia estética periodontal e periimplantar em SP; é membro do International Team for Implantology; coordena a El MaR Odontologia Integrada, há 22 anos em Ilhabela.