por Isabel Scisci
Caldas Novas e Rio Quente formam a maior estância hidrotermal do mundo e recebem milhares de turistas em busca das suas águas terapêuticas, que brotam do chão em temperaturas de mais de 35 graus, e abastecem hotéis, clubes e parques aquáticos.
Uns dizem que as altas temperaturas vêm de um vulcão extinto que, pressionando as águas por gases e por calor, faz com que elas brotem das trincas das rochas. Outros afirmam que elas provêm das chuvas que penetram mais de mil metros no chão e, depois de aquecidas no centro da terra, voltam à superfície. Seja qual for a versão verdadeira, esse paraíso termal – descoberto em 1722 pelo sertanista Bartolomeu Bueno da Silva, quando procurava ouro e pedras preciosas – hoje é visitado por pessoas que buscam tranqüilidade e diversão.
Eu escolhi ficar hospedada no Best Western Le Jardin, um dos melhores hotéis da cidade de Caldas Novas, que fica a 600 metros do centro. Ele tem cinco piscinas termais, bar molhado, quadra de tênis e academia.
A cidade de Caldas Novas tem cerca de 80 mil habitantes e é uma delícia caminhar por suas ruazinhas do Centro, onde estão os melhores shoppings, restaurantes e charmosas feiras de artesanato. A Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores foi construída em 1850 por índios e escravos. O Casarão dos Gonzaga, construído em 1920, foi totalmente restaurado e virou museu e centro de apoio ao artesão. Aproveitei para almoçar no tradicional Nonna Mia, um galeto acompanhado de uma boa massa recheada com abóbora.
No dia seguinte fui conhecer a principal atração da região – O Hot Park, que oferece muito mais do que piscinas térmicas e encanta crianças e adultos. Instalado na cidade de Rio Quente, a 30 km de Caldas Novas, ele tem rios com correnteza, um lago para mergulhar com um grande pirarucu de quase dois metros, toboáguas radicais e a Praia do Cerrado, com ondas mecanizadas e areias finas e branquinhas, oriundas de cristais extraídos na região. Todas as piscinas são de águas quentes naturais e com uma transparência incrível. As águas de todo o complexo são renovadas constantemente através das 18 fontes termais que geram uma vazão constante de 6.228.000 litros/hora.
Adorei principalmente o “Bird Land”, um enorme viveiro onde os pássaros vivem soltos, voando acima das copas das árvores. São cerca de 200 aves para conhecer de pertinho, passar a mão ou deixá-las pousar em você. Ainda existem alguns macacos e veados para tirar fotos.
O Parque Estadual da Serra de Caldas Novas foi criado para proteger a área de captação da chuva que abastece o lençol termal. A reserva oferece duas trilhas, que levam a cachoeiras e belas paisagens a 1.043 metros de altitude. Ainda dá para apreciar uma variedade de flores silvestres típicas do cerrado, pássaros e animais ameaçados de extinção.
A gastronomia local se destaca por quitutes como o empadão goiano, o arroz com pequi, além das famosas pamonhas doces e salgadas… Mas uma grata surpresa foi encontrar um ótimo restaurante com pratos da cozinha contemporânea e pitadas de invenções do proprietário e chef Jobe. Experimentei a Burrata, uma muçarela de búfala recheada com um creminho delicioso, um risoto de cogumelos com uma incrível combinação de shitake com funghi… E para completar, um brownie de castanhas com sorvete de cajamanga. Não sabia que ia encontrar um lugar em Caldas Novas tão aconchegante e criativo!
Hot Park – Final da GO-507, Município de Rio Quente – Telefone – (64) 3512-8000
Onde se hospedar:
Best Western Le Jardin – Rua Machado de Assis, 555 – Tel.(64) 3454-9300
Onde Comer:
Nonna Mia – Av. Orcalino Santos, 65 – Centro – (64) 3453-3368
Made In Brésil Bistrô e Café – Av E Qd 90 Lt 30 Itanhangá 1 – Tel (64) 3455- 3869
