Todo mundo já sabe que caminhar faz bem a saúde. Concorda? Sim, então vejamos quais seriam as informações morfofuncionais que podem te ajudar a tornar essa atividade ainda mais eficiente.
Primeiro, tire o calçado que está usando e olhe para os pés.
São constituídos por 52 ossos, 66 articulações, 40 feixes musculares, centenas de receptores neurológicos (conhecidos como mecanoreceptores), tendões e ligamentos, além de pele e fluidos intra-articulares que mantêm esta maravilha morfofuncional integrada e eficiente.
Saiba que a sola dos pés é uma área extremamente sensível.
Uma rede neurológica é formada pelos mecanoreceptores presentes nos pés, junto com os terminais nervosos. Quando ativada, esta rede nos permite não só reconhecer a textura, a dureza, os desníveis e a temperatura do chão, mas principalmente as áreas na sola que estão em contato com o solo onde estamos caminhando. Desde que estejamos descalços, é claro!
Como esta rede neurológica atua.
Através do nível de qualidade da atividade desta rede, somos capazes de ajustar as áreas de contato dos pés com o solo, a quantidade de pressão a ser realizado nestas áreas, organizar os níveis de estabilidade articular nos pés, lembra são 66 articulações ao todo, nas pernas, no quadril e ao longo da coluna. É possível ajustar até mesmo o posicionamento ideal da cabeça, de acordo com a velocidade que estamos desenvolvendo para nos manter eficientemente estáveis enquanto caminhamos.
Porque esquecer o calçado é uma boa ideia?
Quando estamos calçados todo o processo neurológico fica praticamente inibido. Você já viu alguém que quebrou um braço e precisou ficar com essa área imobilizada por um período? Percebeu como a área atrofia, enfraquece e endurece? Pois é, usar tênis ou calçados fechados cria um processo semelhante. Limita quase toda a atividade neurológica. Em consequência, os pés atrofiam, os fluidos circulam com menos eficiência, os pés e as pernas ficam inchados e em longo prazo desencadeiam ajustes negativos nos pés, nos tornozelos, nos joelhos, nos quadris, nas costelas e no posicionamento da coluna e da cabeça.
Você acha isso um exagero? Tire os sapatos e olhe para a maneira como o dedão e o dedinho estão curvando para dentro tomando a forma que o calçado lhe impõe. É provável que o parceiro do dedão já esteja subindo em cima dele por falta de espaço. E os calos? Terríveis não?Quer acabar com este desconforto?
O meu convite é: caminhe descalço!
Olhe, se os pés em você estão semelhantes aos pés que retratei acima eu lhe asseguro que na verdade não há nada de errado com os pés, apenas não há espaço suficiente dentro de um sapato ou tênis para que os 52 ossos, 66 articulações, 40 feixes musculares, centenas de mecanoreceptores, tendões e ligamentos, pele e fluidos intra-articulares possam funcionar de forma eficiente dentro dos calçados que você está usando. Veja bem, a solução está em tirar os calçados por alguns momentos durante o dia e libertar os pés.
Aceitou a sugestão? Então atente para um período de transição!
Seja paciente se resolver caminhar descalço. Leva algum tempo para os pés se tornarem fortes, flexíveis e resistentes. Afinal, quantos anos de restrição já se passaram? Comece com percursos pequenos. O que é um percurso pequeno? Você vai determinar de acordo com o quanto lhe seja confortável. No dia seguinte acrescente mais um pouco e assim por diante. Procure variar o tipo de piso e o relevo onde você caminha. Quando caminhar em áreas gramadas muita atenção para não pisar em coisas que possam te ferir.
Bons treinos!