Preservação da Unidade de Conservação que protege a maior parte do arquipélago é fundamental para o equilíbrio ambiental e para a manutenção da qualidade de vida na região

O Parque Estadual de Ilhabela foi fundado em 20 de janeiro de 1977, por meio do Decreto nº 9.414, com o intuito de proteger uma das últimas faixas contínuas de Mata Atlântica remanescentes no Estado de São Paulo.

Seu território abrange e protege quase 80% do arquipélago, com uma área de 27.025 hectares, que engloba um total de 12 ilhas, 2 ilhotes e 2 lajes. Os ecossistemas presentes, tais como a Mata Atlântica, a restinga e os manguezais abrigam centenas de espécies de mamíferos, répteis e aves, muitas delas endêmicas como o rato cururuá e outras em processo de extinção.

O Parque também faz parte da região declarada pela UNESCO como Reserva da Biosfera, reconhecida como patrimônio da humanidade de relevância internacional. Por sua condição insular, a reserva de Mata Atlântica que cobre seu território também é considerada uma importante região para a conservação da biodiversidade no Estado de São Paulo.

Na ilha maior, os limites do Parque são definidos por cotas altimétricas que variam de 200 metros ao longo da área urbanizada que cerca o Canal de São Sebastião, passando a 100 metros na Ponta da Sela, ao Sul, e Ponta das Canas, ao norte, até atingir a cota zero, que também abrange integralmente as demais ilhas e ilhotas.

Na prática, isso significa que toda esta área está sob domínio público, é protegida por Lei e não pode sofrer nenhum tipo de interferência sem autorização expressa dos órgãos competentes. Qualquer atividade exercida no interior do Parque, desde a prática de ecoturismo em trilhas e cachoeiras até a ocupação pelas comunidades tradicionais deve ser regulada e obedecer à legislação vigente.

É graças à criação do Parque Estadual que praias isoladas, florestas e cursos d’água permanecem protegidos da expansão imobiliária e da ocupação humana desordenada, garantindo que esta imensa área verde continue preservada para esta e para as futuras gerações.

E o que você, morador, visitante ou veranista de Ilhabela tem a ver com isso? Muito! Afinal, manter Ilhabela protegida, aproveitar os atrativos e riquezas do parque de forma sustentável e ordenada e garantir a conservação das espécies da fauna e da flora que vivem por aqui são a única maneira de manter as belezas e a qualidade de vida que fazem do arquipélago um dos melhores destinos do país.

 

Abrace você também o parque!

GOPR2929É importante entender que a criação do Parque não tem o objetivo de afastar as pessoas ou proibir que elas utilizem seu território. Ao contrário disso, a ideia é criar condições para que todos possam desfrutar de seus recursos e benefícios de maneira responsável para que, geração após geração, seus atrativos possam continuar a ser conhecidos e admirados.

Caminhar pelas trilhas no meio da Mata Atlântica, visitar cachoeiras de águas limpas e cristalinas, conhecer praias isoladas e selvagens, ter contato com dezenas de espécies de animais silvestres ou simplesmente respirar o ar puro que a floresta proporciona à nossa cidade são privilégios que devemos defender com unhas e dentes. Por isso, proteja você também o Parque. Fale com as pessoas que você conhece sobre sua importância, ajude a conscientizar moradores e visitantes, recolha o lixo que encontrar e, se for necessário, denuncie abusos ou irregularidades.

 

Plano de Manejo

Para discutir o uso público de seu território e buscar alternativas que possam convergir as necessidades e interesses da comunidade, a preservação da área e o cumprimento da legislação, foi elaborado o Plano de Manejo do Parque Estadual de Ilhabela, um documento técnico de apoio à gestão da Unidade de Conservação, construído com a participação da sociedade civil.

O desenvolvimento do Plano de Manejo teve início em 2010 e o processo envolveu desde estudos e pareceres técnicos até a realização de 28 oficinas abertas ao público, que contaram com a participação de comunidades tradicionais residentes no interior do parque, representantes da sociedade civil organizada e demais interessados no tema, dando origem a um documento que vai definir as normas e recomendações de uso, além de estabelecer programas e metas para temas como Uso Público, Educação Ambiental, Proteção da Fauna e Flora, Zoneamento, Gestão, Pesquisas Científicas e Interação Socioambiental, entre outros.

No entanto, quatro anos após a sua apresentação, o Plano ainda aguarda a aprovação do Conselho Estadual do Meio Ambiente. No início de 2015, sua aprovação na Comissão de Biodiversidade do CONSEMA voltou a alimentar as esperanças da sociedade civil e de todos aqueles que trabalharam em sua construção. O próximo passo é a votação final no plenário do Conselho, que esperamos ansiosos que aconteça brevemente.

 

Plano Municipal da Mata Atlântica

Outro importante instrumento de preservação que deve ser construído em parceria com a população de Ilhabela em 2015 é o Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica (PMMA), ferramenta de gestão ambiental e planejamento participativo que reúne e normatiza os elementos necessários à proteção, conservação, recuperação e uso sustentável da Mata Atlântica. A produção, elaboração e implementação do PMMA deverá ser efetivada em cada município que apresenta remanescentes desse Bioma.

Outra boa notícia é que a Fundação SOS Mata Atlântica tem oferecido apoio aos municípios que tomam a iniciativa de elaborar seus Planos de Mata Atlântica. Essa atuação inclui ações como o fomento e acompanhamento de projetos de mobilização e capacitação para elaboração dos PMMAs nas diferentes regiões da Mata Atlântica; apoio a municípios interessados em produzir os Planos; suporte ao aprimoramento metodológico de elaboração e implementação destes documentos, divulgação de materiais didáticos e notícias sobre os Planos. No início deste ano, a Prefeitura de São Paulo assinou um termo de cooperação técnica com a entidade para a construção participativa, por meio do Conselho Municipal de Meio Ambiente, desse importante instrumento de gestão do território, dos remanescentes florestais, das áreas verdes e do planejamento estratégico da cidade. Vamos torcer para que o mesmo aconteça em Ilhabela!